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Uma Bomba embaixo da Cama: Detalhes do Plano do Mossad para o Assassinato de Ismail Haniyeh

O assassinato do dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh, ocorrido em Teerã na semana passada, foi atribuído a Israel, embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente pelo governo israelense. Enquanto a organização terrorista já elegeu seu novo líder político, o meio israelense The Jewish Chronicle revelou detalhes inéditos sobre a operação.

O jornal informou que o dispositivo explosivo foi colocado sob a cama de Haniyeh por dois iranianos recrutados pelo Mossad, que pertenciam à unidade de segurança Ansar al-Mahdi do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos (IRGC), cuja função era proteger o prédio e seus hóspedes.

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No dia do ataque, as câmeras de segurança captaram os guardas se movendo de forma discreta pelo corredor em direção ao quarto de Haniyeh. Três minutos depois de entrarem, os guardas saíram com calma, deixaram o prédio e partiram em um carro preto. Uma hora depois, foram retirados do Irã pelo Mossad. A precisão e a minuciosidade dessa operação destacam a complexidade e a coordenação envolvidas.

Contrariamente aos relatos iniciais que sugeriam que o dispositivo havia sido colocado semanas ou meses antes, as gravações de segurança mostram que foi instalado no mesmo dia da explosão, às 16h23, cerca de nove horas antes de ser ativado remotamente quando Haniyeh entrou em seu quarto depois da meia-noite. A explosão ocorreu exatamente às 01h37, hora local, e a bomba, um artefato de precisão projetado para minimizar danos colaterais, destruiu apenas o quarto de Haniyeh.

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Em seu artigo no The Jewish Chronicle, Elon Perry destacou que o assassinato de Haniyeh foi decidido após os eventos de 7 de outubro e exigiu uma rede complexa de espiões do Mossad espalhados por Teerã, incluindo colaboradores iranianos ativos no Irã muito antes da guerra em Gaza. A inteligência acumulada por Israel nos últimos 20 anos sobre os esforços do Irã para desenvolver armas nucleares foi fundamental para o sucesso da operação.

A oportunidade do ataque surgiu quando Haniyeh foi convidado a Teerã para a inauguração do novo presidente iraniano. O Mossad, com a assistência da unidade de inteligência 8200 do exército israelense, interceptou chamadas telefônicas entre os organizadores do evento e os convidados. Uma vez confirmado o chegada de Haniyeh, a execução do plano foi iniciada.

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Os agentes do Mossad visitaram regularmente a área para fornecer logística operacional e mapear cada rua e beco, identificar possíveis rotas de fuga e verificar as medidas de segurança do prédio. O edifício, situado em uma colina e cercado por árvores altas, dificultava a observação clara do exterior, o que levou alguns dos cinco agentes a se vestirem de verde e subirem nas árvores para obter uma visão desobstruída. Sua tarefa era informar assim que Haniyeh chegasse ao prédio.

Uma segunda equipe do Mossad, também disfarçada de verde, ficou encarregada de vigiar a janela do quarto de Haniyeh de um ângulo estratégico. À 01h20, chegaram todos os convidados e Haniyeh entrou em seu quarto depois de se despedir dos demais. Seu guarda-costas ficou do lado de fora da porta. Após dez minutos, as luzes do quarto se apagaram, momento em que o operador da bomba ativou a explosão, matando instantaneamente Haniyeh e ferindo gravemente seu guarda-costas, Wasim Abu Shaaban, que morreu posteriormente.

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Após o assassinato, as autoridades iranianas revistaram todo o complexo e prenderam 28 oficiais militares e funcionários presentes no local, confiscando seus dispositivos eletrônicos para rastrear suas comunicações. A indignação dos iranianos não se limitou à morte de um alto funcionário do Hamas, mas também ao envolvimento de membros do IRGC.

Elon Perry, que foi soldado de comando da brigada de elite Golani das Forças de Defesa de Israel, também esclareceu que Israel teve várias oportunidades para eliminar Haniyeh no Catar, mas evitou fazê-lo para não prejudicar as negociações de reféns entre o Hamas e Israel, mediadas pelo Catar.

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O planejamento meticuloso e a execução do assassinato de Haniyeh ressaltam a capacidade operacional do Mossad e a sofisticação de suas ações encobertas em território hostil, como detalhado pelo JC.

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