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As Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo terrorista Hamas, anunciaram nesta segunda-feira (12) que um de seus terroristas abriu fogo e “matou instantaneamente” um refém israelense, enquanto outras duas reféns ficaram gravemente feridas em outro incidente. O Exército israelense, por sua vez, afirmou que ainda não conseguiu confirmar essas informações por conta própria.
“Dois de nossos soldados designados como guardas dos cativos inimigos abriram fogo contra um refém sionista, matando-o instantaneamente”, declarou o porta-voz das Brigadas al-Qassam, Abu Obeida, em um comunicado.
Em um “incidente separado”, duas reféns ficaram gravemente feridas, e “tentativas estão sendo feitas para salvar suas vidas”, acrescentou Abu Obeida.
O Exército israelense, por sua vez, afirmou que “não possui informações de inteligência que permitam refutar ou confirmar as alegações do Hamas”. “Continuaremos examinando e verificando a credibilidade da mensagem e atualizaremos com as informações que obtivermos”, acrescentou em um comunicado.
“O governo sionista é totalmente responsável por massacres e por reações resultantes que afetam as vidas dos prisioneiros sionistas”, declarou o porta-voz da ala militar do Hamas, que informou a formação de um comitê para investigar o ocorrido e que “as conclusões serão anunciadas posteriormente”.
Dos 251 sequestrados em 7 de outubro, restam no enclave 111 cativos, dos quais pelo menos 39 foram confirmados mortos por Israel — mais de 70, segundo o Hamas. Além disso, há outros quatro reféns mantidos há anos, dois deles já falecidos.
Do total de cativos, quatro reféns foram libertados pelo Hamas em outubro, sete foram resgatados pelo Exército — uma soldado em outubro, dois em Rafah em fevereiro e quatro em Nuseirat em junho —, e os corpos de 24 reféns foram recuperados, sendo três deles mortos por erro das tropas israelenses em dezembro em Shujaiya.
Desde o início da guerra, Israel e Hamas conseguiram apenas um acordo de trégua de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos. Atualmente, a comunidade internacional tenta impulsionar novas negociações para um cessar-fogo.
O governo israelense anunciou que enviaria uma delegação para se reunir com mediadores — Egito, Catar e EUA —, mas o Hamas anunciou que não participaria do encontro, em meio a informações sobre um possível ataque do regime do Irã e do Hezbollah contra Israel ainda esta semana, em retaliação ao assassinato do líder dos islamistas palestinos, Ismail Haniyeh, em Teerã.
Tensões na coalizão
Por outro lado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, entrou em confronto nesta segunda-feira com seu ministro da Defesa, destacando as profundas divisões internas que continuam a afetar o governo, enquanto a guerra em Gaza corre o risco de se transformar em um conflito regional.
Após a mídia israelense citar o ministro da Defesa, Yoav Gallant, descrevendo como “absurdo” o objetivo de guerra de Netanyahu de alcançar uma vitória total contra o movimento islamista Hamas em Gaza, o gabinete de Netanyahu emitiu um comunicado repreendendo Gallant.
“Quando Gallant adota a narrativa anti-israelense, ele prejudica as chances de chegar a um acordo sobre os reféns”, dizia o comunicado.
O objetivo de guerra de Israel continua sendo a “vitória total”, com a eliminação do Hamas e a libertação dos reféns restantes, sequestrados por homens armados dirigidos pelo Hamas em 7 de outubro do ano passado, acrescentou o comunicado.
“Esta é a clara diretriz do primeiro-ministro Netanyahu e do Gabinete de Segurança, e obriga a todos, incluindo Gallant”, afirmou.
(Com informações da EFE)