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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou a situação de mpox (varíola dos macacos) na região como uma emergência de saúde pública de segurança continental.
O anúncio foi feito na terça-feira (13) pelo diretor-geral da entidade, Jean Kaseya, que destacou a rápida disseminação da doença na África.
Kaseya afirmou que o cenário exige uma ação coletiva, ressaltando que o continente já enfrentou diversas adversidades, como pandemias, surtos, desastres naturais e conflitos.
Ele destacou que, diante de cada desafio, a África sempre agiu de forma unida, resiliente e determinada.
O diretor-geral sublinhou que o enfrentamento ao mpox deve seguir o mesmo espírito de solidariedade, enfatizando que a doença não é apenas um problema africano, mas uma ameaça global.
Kaseya alertou que é necessário aprender com as lições deixadas pela covid-19 e agir com unidade e solidariedade neste momento de vulnerabilidade.
Na última segunda-feira (12), o CDC África convocou um comitê de especialistas para avaliar a situação dos casos de mpox na região. Após discussões, o grupo recomendou a declaração da doença como uma emergência de saúde pública de segurança continental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também convocou um comitê de emergência para a próxima quarta-feira (14), com o objetivo de avaliar o cenário de mpox na África e o risco de disseminação internacional da doença.
A decisão foi motivada pelo aumento de casos fora da República Democrática do Congo, onde as infecções vêm crescendo há mais de dois anos, além de uma mutação que possibilitou a transmissão do vírus de pessoa para pessoa.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou que o país registra atualmente uma média de 40 a 50 novos casos de mpox por mês. Embora o número seja considerado modesto, não é desprezível, segundo a pasta. Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, afirmou que, apesar dos riscos da nova epidemia, o cenário brasileiro ainda não sugere um aumento abrupto no número de casos.
Barreira destacou que o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, convocou uma reunião para definir se a mpox será considerada uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. Embora a situação ainda não tenha sido definida, ele alertou para o aumento significativo de casos na África, tanto em países já afetados quanto em nações vizinhas que ainda não haviam registrado infecções.
O diretor afirmou que, embora o quadro epidêmico de mpox esteja concentrado no continente africano, a globalização torna qualquer caso em qualquer parte do mundo um risco potencial para a rápida disseminação da doença. Barreira mencionou que o Brasil tem dado especial atenção à mpox, lembrando que, no início da epidemia, em 2022, os Estados Unidos e o Brasil foram os países mais afetados, tanto em números absolutos quanto em incidência.