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Reino Unido Vai Tratar ‘Misoginia Extrema’ como Terrorismo

Foto: Neri Vill/Pixabay

A extrema misoginia no Reino Unido será tratada da mesma forma que o extremismo islamista e de direita sob um novo plano do governo destinado a preencher lacunas na estratégia antiterrorismo do país, segundo informou o Sunday Telegraph. A medida surge em resposta ao aumento da violência contra as mulheres na Grã-Bretanha.

A Ministra do Interior, Yvette Cooper, ordenou uma revisão da estratégia para combater a violência contra mulheres e meninas, devido às crescentes preocupações de que a legislação atual é muito restrita, de acordo com o jornal. A nova orientação deverá obrigar legalmente os professores a encaminharem alunos que suspeitem de misoginia extrema para o programa antiterrorismo do governo, conhecido como ‘Prevent’.

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Atualmente, professores, profissionais de saúde e funcionários de autoridades locais são obrigados a fazer uma denúncia ao programa se acreditarem que alguém está suscetível a se radicalizar.

“Por muito tempo, os governos falharam em abordar o aumento do extremismo, tanto online quanto nas ruas, e vimos o número de jovens radicalizados online crescer,” afirmou Cooper ao jornal, prometendo fechar quaisquer lacunas na política existente que impeçam as autoridades de combaterem a violência.

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A revisão abrangente do programa Prevent, que deve ser concluída ainda neste outono, focará no desenvolvimento de uma abordagem estratégica atualizada que envolva uma colaboração próxima entre o governo e as comunidades. A medida faz parte de uma nova estratégia contra extremismo que o Ministério do Interior espera revelar até o próximo ano.

A mudança visa enfrentar as crescentes preocupações sobre a influência de figuras misóginas que estão sendo vistas como responsáveis pela radicalização de adolescentes através de várias plataformas online, citando Andrew Tate, um influenciador britânico-americano controverso e autoproclamado “misógino”, como exemplo. Tate está atualmente aguardando julgamento na Romênia por acusações de estupro, tráfico de pessoas e formação de uma gangue criminosa para explorar sexualmente mulheres.

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O Ministério do Interior atualmente lista várias categorias de extremismo, incluindo islamista, extrema-direita, direitos dos animais, ambiental e relacionado à Irlanda do Norte, como áreas de preocupação. A lista também inclui uma subcultura online chamada “incel”, abreviação de “celibatário involuntário”, que se refere a uma visão misógina promovida por homens que culpam as mulheres pela falta de perspectivas românticas dos homens.

No ano encerrado em 31 de março de 2023, houve 6.817 encaminhamentos para o programa Prevent, marcando um aumento de 6,4% em relação ao ano anterior, segundo estatísticas acompanhadas pelo governo. Dentre eles, 37% foram categorizados como “vulnerabilidade presente, mas sem ideologia de risco antiterrorismo”, enquanto 19% estavam relacionados a ideologias extremistas de direita, e 11% estavam associados ao extremismo islamista.

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Em fevereiro, um estudo realizado pela multinacional de telecomunicações britânica Vodafone descobriu que 70% dos professores notaram um aumento na linguagem sexista em suas salas de aula no último ano, enquanto 69% dos meninos encontraram postagens promovendo misoginia. Também foi revelado que 42% dos pais ouviram seus filhos fazerem comentários inadequados devido ao que viram online.

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