O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, sob controle do Hamas, informou a chegada de mais de 1,2 milhão de vacinas contra a poliomielite ao enclave. A Autoridade Palestina confirmou a chegada do 1º lote de vacinas e destacou que está se esforçando para fornecer mais 365 mil doses nos próximos dias.
A campanha pretende imunizar 640 mil crianças de até 10 anos com duas doses do imunizante. A Autoridade Palestina também trabalha em coordenação com parceiros internacionais para lançar a campanha nos próximos dias e fez um apelo à comunidade e organizações internacionais para intensificarem a pressão sobre as autoridades israelenses, visando conter a agressão e facilitar o trabalho do pessoal de saúde na região.
A confirmação veio após a Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios (Cogat), a autoridade militar israelense responsável pelos territórios palestinos, ter anunciado que as vacinas entraram em Gaza pela passagem de Kerem Shalom, em coordenação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A Cogat informou que, nos próximos dias, equipes médicas internacionais e locais vacinarão crianças contra a pólio em diversos locais de Gaza, em conformidade com as pausas humanitárias de rotina, que permitirão o acesso da população aos centros médicos onde as vacinas serão administradas.
As Nações Unidas afirmaram que o objetivo é enviar 1,6 milhão de doses de vacinas para a Faixa de Gaza. No entanto, o Ministério da Saúde de Gaza alertou que a campanha de vacinação enfrentará dificuldades devido à falta de saneamento, água potável, produtos de higiene pessoal e à disseminação de esgotos entre as tendas dos deslocados.
O primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos foi detectado em 16 de agosto, causando a paralisia de um bebê de 10 meses, não vacinado, cuja vida está em risco. Philippe Lazzarini, secretário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, pediu uma pausa nos combates para que a campanha possa ser realizada com segurança.
Em 19 de julho, a OMS confirmou a presença do poliovírus em amostras ambientais coletadas em Gaza, o que levantou temores de um surto no enclave.
Além da poliomielite, há uma alta incidência de doenças infecciosas da pele, diarreia e um surto de mais de 40 mil casos de hepatite A, especialmente em campos de deslocados superlotados.