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Na segunda-feira (26), o presidente francês Emmanuel Macron gerou uma nova crise política ao rejeitar a nomeação de Lucie Castets, candidata da Nova Frente Popular (NFP), para o cargo de primeira-ministra. Macron justificou a decisão como uma medida para garantir a “estabilidade institucional” da França.
A decisão de Macron provocou uma reação veemente da NFP, que venceu as eleições legislativas de junho com a maior bancada na Assembleia Nacional, embora não tenha conquistado a maioria absoluta. A coalizão de esquerda, que inclui a França Insubmissa (LFI), socialistas, ecologistas e comunistas, elegeu 193 deputados, enquanto o bloco centrista de Macron conta com 164 cadeiras e a extrema-direita, 143.
A NFP argumenta que, como a maior bancada da câmara baixa, tem o direito de indicar o primeiro-ministro, um processo conhecido na política francesa como “coabitação”. Isso implica que o presidente deve governar ao lado de um primeiro-ministro cuja política pode ser significativamente divergente da sua.
Os líderes da NFP acusam Macron de “negar a democracia” e de desrespeitar os resultados das eleições. Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, anunciou que pedirá o impeachment de Macron, destacando a gravidade da situação: “O presidente da República acaba de criar uma situação excepcionalmente grave. A resposta popular e política deve ser rápida e firme.”
Olivier Faure, líder do Partido Socialista, e Fabien Roussel, do Partido Comunista Francês, também condenaram a decisão. Roussel comparou Macron ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em termos de desrespeito pela democracia: “Emmanuel Macron despreza a República, é uma traição, um golpe de Estado. Este 26 de agosto permanecerá como um dia difícil na história da Quinta República.”
Marine Tondelier, dos ecologistas, criticou o argumento de “estabilidade” de Macron como “vergonhoso”, sugerindo que ele está agindo em benefício dos mais ricos que se beneficiaram de suas políticas ao longo de seu mandato: “Mais de 3/4 dos franceses querem mudança, precisam dela!”
Em resposta, sindicatos, organizações juvenis e eleitores de esquerda planejam uma grande mobilização nacional para o dia 7 de setembro.
A crise foi desencadeada por Macron após a dissolução antecipada da Assembleia Nacional, uma decisão que seguiu a derrota de seu partido para a extrema-direita nas eleições do Parlamento Europeu em junho. Essa medida forçou uma ampla aliança entre centristas e esquerda para impedir que o partido Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen dominasse a Assembleia.