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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou nesta terça-feira que pretende apresentar em setembro ao presidente dos EUA, Joe Biden, um plano para acabar com a guerra. Ele também planeja enviar esse plano aos dois principais candidatos à sucessão de Biden na Casa Branca, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
“Espero poder apresentar este plano ao presidente Biden em setembro”, disse Zelensky em uma coletiva de imprensa em Kiev. O líder ucraniano acrescentou que também entregará o documento a Harris e Trump, pois a Ucrânia precisará do apoio de Washington mesmo após as eleições presidenciais de novembro nos EUA.
“O ponto principal deste plano é obrigar a Rússia a pôr fim à guerra. E isso é algo que desejo profundamente: que seja justo para a Ucrânia”, comentou Zelensky sobre a guerra iniciada pela invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022.
Zelensky explicou, sem dar mais detalhes, que a operação que a Ucrânia está conduzindo na região russa de Kursk, onde forças ucranianas ocupam parte do território, faz parte desse plano. Segundo ele, o objetivo da tomada de Kursk — onde Kiev controla cerca de 100 localidades e quase 1.300 quilômetros quadrados — não é uma ocupação, mas uma operação defensiva para “evitar que os russos tomem mais” território ucraniano.
Zelensky insistiu repetidamente, desde o início da invasão ucraniana em Kursk em 6 de agosto, que Kiev não tem intenção de se apropriar de territórios estrangeiros. Pelo contrário, ele declarou que a ofensiva visa impedir ataques transfronteiriços da Rússia na região de Sumy e forçar a Rússia a negociar “em nossos próprios termos”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou em 19 de agosto que as negociações foram descartadas após a incursão transfronteiriça em Kursk.
O plano de Zelensky também inclui propostas econômicas, bem como o papel que a Ucrânia deve desempenhar na arquitetura de segurança internacional e os passos a serem tomados para que a Rússia concorde em pôr fim à guerra.
Zelensky disse que espera ir aos Estados Unidos em setembro para participar da Assembleia Geral da ONU em Nova York e que está se preparando para se reunir com Biden. Ele indicou que considera que o principal fórum para as negociações é uma cúpula internacional de paz, na qual a Ucrânia deseja que a Rússia tenha representantes.
A primeira cúpula para promover a visão de paz de Kiev, realizada na Suíça em junho, excluiu expressamente a Rússia, embora tenha atraído dezenas de delegações, mas não a China, a segunda maior economia mundial, apesar dos esforços de Kiev para conquistar o apoio do Sul global.
Questionado posteriormente sobre a possibilidade de a Ucrânia ceder territórios em eventuais negociações, Zelensky respondeu que os ucranianos “não estamos preparados” para essa opção, embora tenha reconhecido que a decisão dependerá da posição dos aliados de Kiev.
Nesse sentido, Zelensky destacou a importância de decisões como o envio de aviões F-16 para a Ucrânia e revelou que seu exército havia utilizado os aviões fornecidos pelo Ocidente para conter os recentes ataques em grande escala da Rússia com drones e mísseis.
“Já destruímos alguns mísseis e drones usando os F-16”, declarou Zelensky, sem fornecer mais detalhes.
O presidente também anunciou que seu exército realizou recentemente o primeiro teste bem-sucedido de um míssil balístico de produção nacional.
(Com informações da EFE, Reuters e AFP)