Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
O líder da Rússia, Vladimir Putin, alertou nesta quinta-feira (12) que, se a aliança militar ocidental Otan autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance para atingir alvos em território russo, isso significará que estará em guerra com Moscou.
A fala foi feita à emissora de televisão pública russa depois de discursar em um fórum cultural em São Petersburgo.
“Se essa decisão for tomada, não significará outra coisa senão a participação direta dos países da Otan, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra na Ucrânia (…), Isso significará que os países da Otan, os EUA e os países europeus lutam contra a Rússia”, disse Putin.
O líder russo advertiu que esta decisão mudará “a própria natureza do conflito”, em alusão ao fato de este deixar de se reduzir a uma guerra entre os Exércitos russo e ucraniano.
“Se assim for (…), tomaremos as decisões correspondentes com base nas ameaças que criam contra nós”, acrescentou Putin.
O russo ainda reforçou que, na realidade, a Otan não está autorizando a Ucrânia a utilizar estes mísseis de longo alcance, sejam eles o ATCAMS ou o Storm Shadow, uma vez que o Exército ucraniano não tem capacidade técnica para fazê-lo.
Putin destacou que, conforme a avaliação de especialistas russos e ocidentais, esses mísseis só podem ser lançados contra o território russo com o suporte de dados de inteligência de satélites dos EUA ou de países da União Europeia (UE), já que a Ucrânia não dispõe desses recursos.
“E o mais importante é que, de fato, as missões de voo só podem ser determinadas pelos militares dos países da Otan”, completou o líder russo.
No mês passado, o chefe do Kremlin já havia empregado o mesmo argumento para se opor ao uso de armas ocidentais contra alvos em território russo. Em seguida, alertou os países europeus sobre “graves consequências”, destacando que, em geral, são “Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados”.