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Os meios de comunicação da Coreia do Norte divulgaram pela primeira vez, nesta sexta-feira, suas instalações de enriquecimento de urânio, ao reportar uma visita do líder Kim Jong-un ao Instituto Nacional de Pesquisa de Armas Nucleares. Durante a visita, Kim solicitou a construção de mais centrífugas para aumentar o arsenal atômico do país.
Imagens divulgadas pela agência KCNA mostram Kim visitando uma planta — sem que a data e a localização das instalações tenham sido especificadas — acompanhado de Hong Sung-mu, uma das principais figuras do programa nuclear norte-coreano. Eles foram vistos em uma sala com uma cascata de centrífugas de gás.
Durante a visita, Kim “destacou a necessidade de aumentar ainda mais o número de centrífugas para expandir exponencialmente o número de armas nucleares para autodefesa, de acordo com as diretrizes do Partido para o desenvolvimento das forças nucleares”, segundo a KCNA.
Kim, que também visitou a sala de controle das instalações e recebeu explicações sobre seu funcionamento, “expressou grande satisfação ao saber que a produção atual de material nuclear (para bombas) está crescendo de forma constante”, graças ao uso e desenvolvimento da tecnologia norte-coreana.
O líder ordenou que se melhore ainda mais a capacidade de separação das centrífugas e que seja acelerada a introdução de um novo tipo de centrífuga, cujo desenvolvimento está em estágio final, conforme relatado pela KCNA.
Kim Jong-un também inspecionou áreas em construção que abrigarão mais centrífugas e voltou a enfatizar que o atual cenário de segurança do país representa uma “ameaça”, o que exige o aprimoramento das capacidades nucleares tanto para defesa quanto para ataques preventivos.
Até agora, o regime norte-coreano nunca havia mostrado publicamente nenhuma de suas instalações para obtenção de urânio-235, embora tenha permitido que figuras como o cientista americano Siegfried Hecker visitassem, no início da última década, uma instalação no Centro de Pesquisa Nuclear de Yongbyon (cerca de 100 km ao norte de Pyongyang), que continha cerca de 2.000 centrífugas de gás.
Kim Jong-un exibe suas armas nucleares
Recentemente, o ditador norte-coreano prometeu redobrar os esforços para que sua força nuclear esteja completamente pronta para o combate com os Estados Unidos e seus aliados, informaram os meios de comunicação estatais na terça-feira. Isso ocorreu depois de o país revelar uma nova plataforma, provavelmente projetada para lançar mísseis balísticos intercontinentais mais potentes contra o território dos EUA.
Em um discurso que marcou o 76º aniversário da fundação do regime norte-coreano na segunda-feira, Kim afirmou que a Coreia do Norte enfrenta “uma grave ameaça” devido ao que chamou de “expansão imprudente” de um bloco militar regional liderado pelos EUA, que agora está se tornando de base nuclear. Ele acrescentou que esse desenvolvimento está empurrando a Coreia do Norte a aumentar sua capacidade militar, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia.
Kim afirmou que a Coreia do Norte “redobrará suas medidas e esforços para que todas as forças armadas do Estado, incluindo a força nuclear, estejam completamente prontas para o combate”, segundo a KCNA.
A Coreia do Norte tem protestado contra a assinatura, em julho, de uma nova diretriz de defesa entre os EUA e a Coreia do Sul, destinada a integrar as armas nucleares americanas e as armas convencionais sul-coreanas, para enfrentar as crescentes ameaças nucleares norte-coreanas. A Coreia do Norte afirmou que a diretriz revelou os planos de seus adversários para invadir o país. Autoridades americanas e sul-coreanas têm repetidamente afirmado que não têm intenção de atacar a Coreia do Norte.
Muitos analistas acreditam que a Coreia do Norte ainda precisa superar algumas barreiras tecnológicas para adquirir mísseis nucleares de longo alcance que possam atingir o território continental dos EUA, embora provavelmente já possua mísseis capazes de alcançar alvos importantes na Coreia do Sul e no Japão.
Funcionários e especialistas sul-coreanos afirmam que a Coreia do Norte pode realizar testes nucleares ou lançar mísseis balísticos intercontinentais antes das eleições americanas, visando aumentar sua influência na diplomacia futura com os EUA. Observadores sugerem que a Coreia do Norte acredita que uma maior capacidade nuclear ajudaria a obter concessões dos EUA, como o alívio de sanções.