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Alemanha impõe controle rigoroso em fronteiras e exige passaporte de europeus

Foto - Tom por Pixabay

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A partir desta segunda-feira, a Alemanha começará a controlar temporariamente todas as suas fronteiras terrestres com o objetivo de reduzir a migração irregular, apesar da oposição de países vizinhos e em meio a críticas de que a medida prejudica o espaço europeu de livre circulação Schengen.

Os controles policiais tiveram início nas fronteiras com França, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Dinamarca na manhã de segunda-feira, com previsão de duração de seis meses. Desde o ano passado, a Alemanha já havia implementado controles nas fronteiras com Polônia, República Tcheca, Áustria e Suíça.

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Os controles de fronteira estão testando a unidade europeia, pois alguns enxergam essa medida como um afastamento da zona de livre circulação de pessoas da União Europeia, conhecida como Schengen. A liberdade dos cidadãos europeus de cruzar fronteiras livremente para trabalho ou lazer é um dos benefícios mais valorizados da UE.

O governo de coalizão do chanceler Olaf Scholz, que enfrenta baixa popularidade, impôs os controles de fronteira como parte de um esforço para limitar a migração irregular após recentes ataques extremistas e o fortalecimento da extrema-direita em duas eleições estaduais no leste da Alemanha. No próximo domingo, ocorrerá uma nova eleição em Brandemburgo, estado que circunda Berlim.

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“Não podemos confiar em nossos vizinhos”

Scholz defendeu os controles em um evento em Brandemburgo, onde o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) lidera as pesquisas nas eleições regionais de domingo. “A migração irregular não é o que queremos”, disse ele, destacando que “não era bom” que, das 300 mil pessoas que chegaram à Alemanha no ano passado, apenas uma parte tivesse direito à proteção.

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“Infelizmente, não podemos confiar totalmente que todos os nossos vizinhos façam as coisas como deveriam”, afirmou Scholz.

A coalizão de Scholz está sob pressão devido ao crescimento da extrema-direita no leste do país e à oposição dos democratas-cristãos, que pedem o bloqueio total de solicitantes de asilo nas fronteiras alemãs, algo que o governo considera contrário ao direito europeu.

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Três pessoas morreram no mês passado em um ataque com faca, atribuído a um solicitante de asilo sírio em Solingen. O suspeito afirmou ter sido inspirado pelo Estado Islâmico. Em junho, um ataque com faca, supostamente cometido por um imigrante afegão, resultou na morte de um policial e deixou outros quatro feridos.

Com os controles, a Alemanha pretende “reduzir ainda mais a migração irregular, impedir traficantes, deter criminosos e identificar e prender islamistas em estágio inicial”, declarou a ministra do Interior, Nancy Faeser, neste domingo.

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“Continuamos a atuar em estreita coordenação com nossos países vizinhos. Também queremos garantir que os controles impactem o mínimo possível as pessoas que vivem nas regiões fronteiriças, os viajantes, o comércio e a economia”, acrescentou Faeser.

A Alemanha argumenta que os controles nas fronteiras internas com Polônia, República Tcheca, Áustria e Suíça, em vigor desde outubro de 2023, demonstram eficácia, já que permitiram barrar mais de 30 mil pessoas que tentaram entrar ilegalmente no país desde então.

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Faeser também informou que houve uma queda de 20% nos pedidos de asilo e um aumento de 20% nas deportações.

Críticas de vizinhos e outros países

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A Alemanha tem justificado suas ações em resposta às críticas de alguns vizinhos e outros países da União Europeia, como a Grécia.

Na sexta-feira, Scholz telefonou para o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, para garantir que a medida está em conformidade com a legislação europeia. Tusk, no entanto, classificou o anúncio de Berlim como “inaceitável” e anunciou consultas urgentes com outros países afetados na UE.

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O governo austríaco declarou que não aceitará pessoas rejeitadas na fronteira alemã. “Não há espaço para negociação”, afirmou o ministro do Interior austríaco, Gerhard Karner.

Outros países europeus também se manifestaram sobre a medida.

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O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, afirmou que a questão migratória não pode ser resolvida com a “abolição unilateral” do acordo de Schengen, referindo-se à recente decisão do governo alemão de reinstaurar os controles fronteiriços terrestres com seus vizinhos.

Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán, conhecido por sua postura ultranacionalista e contrária à imigração, aplaudiu a decisão alemã, mas o ministro de Interior, Gergely Gulyás, afirmou que a Alemanha destruiu o espaço Schengen, primeiro em 2015, ao permitir a entrada massiva de refugiados, e agora com os novos controles fronteiriços.

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A Comissão Europeia apenas lembrou que o Código de Fronteiras Schengen permite que os Estados-membros introduzam controles fronteiriços em situações de ameaça, desde que seja considerado “necessário e proporcional”.

Segundo a UE, os Estados-membros podem reintroduzir controles temporários nas chamadas fronteiras internas em caso de ameaça grave, como um risco à segurança interna. No entanto, esses controles devem ser aplicados como último recurso em situações excepcionais e devem ter duração limitada.

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Frequentemente, essas medidas são tomadas durante grandes eventos esportivos, como os recentes Jogos Olímpicos em Paris ou a Eurocopa de futebol.

(Com informações da EFE e AP)

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