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António Guterres abre 79ª Assembleia da ONU e alerta para a insustentabilidade da situação global

(UN)

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, deu início à Assembleia anual criticando as guerras em andamento no mundo, como a da Ucrânia e a de Gaza. Ele também se referiu à crise climática e à impunidade em relação à violação dos direitos humanos, além de questionar a desigualdade social, a discriminação e os abusos de gênero.

Guterres agradeceu ao organismo global de 193 membros pela aprovação do pacto que abre portas para que os países unam forças para enfrentar desafios como a mudança climática, a inteligência artificial, o aumento de conflitos e a crescente desigualdade e pobreza, visando melhorar a vida de mais de 8 bilhões de pessoas no planeta.

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“Estamos aqui para resgatar o multilateralismo do precipício”, afirmou. “Agora, nosso destino comum é avançar nesse sentido. Isso requer não apenas acordos, mas ação.”

Durante seu discurso, ele enfatizou que a crescente impunidade de alguns governos e a falta de consequências diante de violações da Carta das Nações Unidas representam uma ameaça significativa à estabilidade global, citando que “invadir outro país, devastar sociedades inteiras ou ignorar olimpicamente o bem-estar de sua própria população” são ações preocupantes. “Estamos em um purgatório de polarização”, disse Guterres, referindo-se aos conflitos e à falta de respeito pelo direito internacional.

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Ele destacou que um número crescente de governos se sente com o direito de agir sem responsabilidade, fazendo uma alusão ao jogo de tabuleiro Monopoly.

Conflito Israel – Hamás

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Guterres também comentou que essa atitude arrogante está presente no Oriente Médio, no coração da Europa e no Chifre da África, concentrando-se especialmente em Gaza, onde a guerra já dura quase um ano, resultando em um saldo devastador de 41.300 mortos palestinos. Ele lançou uma pergunta à Israel (sem mencioná-lo diretamente) e à comunidade internacional sobre o futuro após a guerra: “Como o mundo pode aceitar o futuro de um Estado (Israel) que inclui um grande número de palestinos sem liberdade, direitos ou dignidade?”. Ele foi aplaudido ao afirmar que “nada pode justificar o castigo coletivo em Gaza”.

“A comunidade internacional deve mobilizar-se para alcançar um cessar-fogo imediato, a liberação incondicional de todos os reféns e o início de um processo irreversível em direção a uma solução de dois Estados”, comentou.

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Guterres observou que, se no passado, durante a Guerra Fria, havia limites claros, “hoje não existem, nem temos um mundo unipolar”, e caracterizou o mundo atual como um purgatório “onde cada vez mais países ocupam os espaços da divisão geopolítica e agem como querem, sem prestar contas”.

Sobre a desigualdade, ele destacou que “não se trata de uma questão técnica ou burocrática; no fundo, é uma questão de poder com raízes históricas”, e ressaltou que, nos últimos anos, isso se agravou. Entre os 75 países mais pobres do mundo, dois terços estão em uma situação pior do que há cinco anos; nesse mesmo período, os cinco homens mais ricos do mundo duplicaram suas fortunas.

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Desigualdade

Guterres denunciou a repressão e a discriminação que as mulheres enfrentam em todo o mundo, destacando que “menos de 10% dos oradores do Debate Geral desta semana são mulheres”.

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“Parece que a cada dia nos deparamos com novos e horripilantes casos de feminicídio, violência de gênero e estupros coletivos, tanto em tempos de paz quanto como armas de guerra”.

“Em alguns países, as leis são usadas para ameaçar a saúde e os direitos reprodutivos”, afirmou.

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Denúncia sobre as riquezas do mundo

Um por cento da população mundial possui 43% dos ativos financeiros do planeta, e, no entanto, em muitos países, os governos oferecem benefícios fiscais a grandes empresas e aos “ultrarricos”, em detrimento de investimentos em saúde, educação e proteção social, criticou Guterres, em uma aparente alusão aos Estados Unidos.

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Ele afirmou que “aqueles que têm poder político e econômico, e aqueles que acreditam tê-lo, estão sempre relutantes a mudanças”, mas lembrou que “se não houver reformas, a fragmentação é inevitável, e as instituições globais perderão legitimidade, credibilidade e eficácia”.

Sobre as incertezas, disse que o mundo está começando a entender que um futuro sem combustíveis fósseis é seguro, “mas a transição rápida não é”, criticando que, em muitos países, “as empresas petrolíferas acumulam enormes fortunas graças a subsídios”, enquanto as pessoas comuns arcam com os custos da catástrofe climática.

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Inteligência Artificial

Quanto à inteligência artificial, Guterres reconheceu que essa tecnologia mudará tudo o que conhecemos, mas questionou em que direção: “Rumo a mais liberdade ou a mais conflito? Rumo a um mundo mais sustentável ou a uma maior desigualdade? Para estarmos melhor informados ou para sermos manipulados com mais facilidade?”.

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Ele alertou sobre um fato constatável: poucas empresas acumularam um enorme poder sobre a IA sem a menor supervisão. Apenas um controle global pode evitar o que ele chamou de “a Grande Fratura”.

Mudanças Climáticas

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A crise climática está alcançando níveis alarmantes, e seus efeitos já são visíveis em todas as regiões do mundo. As temperaturas extremas, incêndios florestais descontrolados, secas prolongadas e inundações devastadoras não são apenas desastres naturais, mas consequências diretas da atividade humana. Segundo Guterres, os responsáveis por essa situação devem ser responsabilizados: “Aqueles que poluem devem pagar”. Ele apelou às principais economias, especialmente aos países do G20, para que cessem os subsídios aos combustíveis fósseis e redirecionem esses fundos para uma transição energética justa e sustentável.

Guterres também enfatizou a necessidade de estabelecer um preço efetivo para o carbono, o que ajudaria a desincentivar as emissões e promover investimentos em energias limpas. Além disso, destacou a importância de criar novas fontes de financiamento para apoiar essas mudanças, garantindo que tanto os países desenvolvidos quanto os em desenvolvimento possam acessar as ferramentas necessárias para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Diante de um cenário de crescentes catástrofes ambientais, fica claro que o tempo de agir é agora, e os países mais poluentes não podem continuar a evadir sua responsabilidade.

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(com informações da AP e EFE)

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