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Representantes dos governos do Brasil e da China apresentarão nesta sexta-feira (27) em Nova York uma proposta de acordo de paz entre Rússia e Ucrânia a um grupo de 15 países e três observadores internacionais, conforme informou o Palácio do Planalto.
O diplomata de carreira e ex-chanceler Celso Amorim, assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, será o representante brasileiro na reunião.
Desde fevereiro de 2022, Rússia e Ucrânia estão em guerra, após a invasão russa do país vizinho. O presidente russo, Vladimir Putin, condiciona o fim do conflito à cessão das áreas invadidas pela Ucrânia, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusa essa proposta e exige a retirada das tropas russas.
Desde que assumiu a Presidência da República em 2023, Lula tem defendido a busca por um acordo entre os dois países, propondo a criação de um “clube da paz” que inclua na mediação países aceitos por ambas as partes. Durante esse período, Lula manteve conversas com Putin e Zelensky, mas não houve consenso entre Rússia e Ucrânia.
Segundo a Presidência da República, representantes de países como África do Sul, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Egito devem participar da reunião. Um membro do Palácio do Planalto ressaltou que o objetivo do encontro é recriar condições para uma solução pacífica que leve em consideração os interesses de ambas as partes, já que o Brasil tem sido visto como um mediador do conflito, apesar das divergências entre Lula e Zelensky.
Recentemente, ao discursar na Assembleia Geral da ONU em Nova York, Zelensky criticou a postura do Brasil e da China em relação à guerra, expressando dúvidas sobre o real interesse dessas nações. Ele afirmou que os planos apresentados até o momento ignoram os interesses do povo ucraniano e a realidade do conflito, permitindo que Putin tenha “espaço político para continuar a guerra”. Zelensky enfatizou que “vocês não aumentarão seus poderes às custas da Ucrânia”.