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Exatamente um ano após o ataque brutal do Hamas contra Israel, Yahya Sinwar, o mentor da invasão e atual líder da organização, continua a ser o principal alvo das forças israelenses. Mesmo após inúmeros bombardeios e operações militares na Faixa de Gaza, Sinwar permanece no comando, frustrando a busca incessante por sua captura ou eliminação. A pergunta que persiste é: como ele continua ileso?
Nos últimos dias, o jornal britânico The Times trouxe à tona informações que podem ajudar a explicar o enigma por trás da sobrevivência de Sinwar. Um vídeo encontrado por tropas israelenses no início deste ano mostra um homem atravessando um túnel, acompanhado de sua esposa e carregando uma grande bolsa, que acredita-se ser o próprio Sinwar. De acordo com especialistas, a bolsa continha cerca de 25 kg de dinamite, e ele estava cercado por pelo menos 20 reféns. Esta tática de usar reféns como escudo é apontada como uma das razões pelas quais ele ainda não foi eliminado, como explicou Kobi Michael, ex-interrogador do Shin Bet, o serviço de segurança interna de Israel. “Tivemos oportunidades de matá-lo, mas isso teria custado a vida dos reféns”, revelou Michael.
Sinwar, que passou mais de duas décadas preso em Israel antes de ser libertado em uma troca de prisioneiros em 2011, reassumiu rapidamente uma posição de liderança dentro do Hamas ao retornar a Gaza. Desde então, consolidou seu poder e tornou-se uma figura central na organização. Conhecido como o “Açougueiro de Khan Younis” — uma referência à sua cidade natal na Faixa de Gaza —, Sinwar continua a ser uma presença constante na estratégia militar do Hamas.
Nesta segunda-feira (7), o Canal 12 de Israel noticiou que Sinwar, embora vivo, teria entrado em contato com mediadores do Catar, que buscam um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. No entanto, suas condições extremas e o controle sobre os reféns tornaram as negociações ainda mais difíceis. Estimativas israelenses indicam que cerca de 97 pessoas ainda estão em cativeiro na Faixa de Gaza, embora não se saiba quantas delas permanecem vivas.
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos inicialmente acreditavam que Sinwar não sobreviveria tanto tempo após os ataques coordenados contra Israel. Sua sobrevivência inesperada tem endurecido ainda mais sua postura, dificultando qualquer progresso em direção a um acordo de paz ou à libertação de reféns.
Yahya Sinwar tornou-se o líder máximo do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, que foi morto em um ataque israelense em Teerã, no final de julho. Agora, com o controle total sobre o grupo, Sinwar continua sendo uma ameaça persistente. Kobi Michael, em entrevista, foi claro: “Ele nunca se renderá. Ele está planejando o próximo massacre. Esse homem deve ser eliminado.”
Enquanto Israel continua sua caçada a Sinwar, a questão sobre quando e como o líder do Hamas será capturado permanece sem resposta, mas sua sobrevivência é um lembrete constante da complexidade e brutalidade do conflito.