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Nesta terça-feira (15), a Coreia do Norte destruiu partes de duas grandes estradas que ligam seu território ao sul da península, conforme relataram autoridades sul-coreanas. Pyongyang já havia alertado que tomaria medidas para isolar totalmente seu território do Sul.
Explosivos foram detonados por volta do meio-dia, no horário local, nas linhas Gyeongui e Donghae, situadas nas costas oeste e leste, respectivamente. Essas linhas representam importantes conexões rodoviárias e ferroviárias entre o Norte e o Sul.
Segundo o Estado-Maior Conjunto de Seul (JCS), a destruição das rotas, embora de pouco impacto prático, tem forte simbolismo em um contexto de retórica acalorada entre os líderes das duas Coreias.
Imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul mostraram explosões em estradas no lado norte da linha de demarcação militar que divide os dois países. Máquinas pesadas, incluindo caminhões e escavadeiras, foram utilizadas na operação, com ao menos uma das vias parcialmente bloqueada por uma barreira preta. O JCS confirmou que o Norte estava realizando “trabalhos adicionais com maquinário pesado” no local, mas não forneceu detalhes.
Em resposta às explosões, os militares sul-coreanos dispararam na área ao sul da linha de demarcação e continuam monitorando as ações do Norte, mantendo “postura de total prontidão em cooperação com os EUA”, segundo o JCS. Na segunda-feira, Seul já havia detectado sinais de que o Norte planejava destruir as vias de conexão e advertiu sobre a iminência das explosões.
Lee Sung-joon, porta-voz do JCS, relatou que foram avistadas pessoas operando atrás de barreiras nas estradas do lado norte da fronteira. A ação ocorre poucos dias após a Coreia do Norte acusar o Sul de sobrevoar Pyongyang com drones propagandistas e ameaçar com “retaliação”. Nas últimas semanas, Pyongyang enviou balões carregados de lixo para o território sul-coreano.
Recentemente, o exército norte-coreano afirmou que tomaria “medida militar substancial” para isolar o território, após o ditador socialista Kim Jong Un ter abandonado a busca pela reunificação pacífica com o Sul.
A Coreia do Norte e a Coreia do Sul, divididas desde o fim da Guerra da Coreia em 1953, estão tecnicamente ainda em guerra, mas já perseguiram o objetivo da reunificação.
Em janeiro, Kim declarou que a Coreia do Norte não mais buscaria a reconciliação com o Sul, caracterizando as relações intercoreanas como “um relacionamento entre países hostis e beligerantes em guerra”, conforme relatou a KCNA.