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O diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, alertou nesta terça-feira (22) que se tornou impossível encontrar comida, água ou cuidados médicos no norte da Faixa de Gaza. Ele exigiu uma trégua imediata da ofensiva israelense.
Segundo Lazzarini, no norte de Gaza, as pessoas estão apenas à espera da morte. Elas se sentem abandonadas, desesperadas e sozinhas, vivendo com medo da morte a cada segundo.
De acordo com ele, o número de mortos continua a aumentar após quase três semanas de bombardeios contínuos por parte das forças israelenses.
O representante da UNRWA descreveu a situação como alarmante, afirmando que “o cheiro da morte está por todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros”. Ele destacou que as missões de ajuda continuam sem permissão para remover os corpos ou prestar assistência humanitária.
Por isso, Lazzarini reiterou a necessidade de uma trégua imediata, mesmo que por algumas horas, para permitir a passagem das famílias que queiram sair da área e chegar a locais mais seguros. Isso seria o mínimo para salvar a vida de civis que nada têm a ver com o conflito.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que o sistema de saúde na região está à beira de uma catástrofe. O Hospital Kamal Adwan enfrenta uma situação catastrófica, com a porta bombardeada e ambulâncias atacadas por bombas que não explodiram. Os andares superiores da unidade estão sob ataque, e a estrutura ruiu, impossibilitando a entrada ou saída de pacientes.
Além disso, a maior parte do material médico do hospital, incluindo unidades de sangue, já não está disponível, colocando o pessoal de saúde e os doentes em extremo perigo.
O diretor do hospital, Hossam Abu Safieh, afirmou que as forças israelenses estão disparando de todas as direções e que, apesar do terror, não abandonarão o Hospital Kamal Adwan nem deixarão os feridos e os doentes sozinhos.
Marwan Sultan, diretor do hospital indonésio localizado no norte de Gaza, alertou para a possibilidade de mais doentes morrerem devido ao cerco israelense imposto à unidade.
Nessa segunda, a Casa Branca informou a Israel que precisa fazer “muito mais” para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O porta-voz adjunto do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, comentou que, embora tenham sido observados alguns progressos, ninguém no governo dos Estados Unidos considera a situação humanitária em Gaza satisfatória.