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Na manhã desta quarta-feira (23), durante a abertura da reunião de cúpula dos Brics, o líder da Rússia, Vladimir Putin, defendeu a formação de uma nova “ordem mundial multipolar”. Este evento marca a reunião diplomática mais significativa na Rússia desde que Putin autorizou a entrada de tropas na Ucrânia em março de 2022, um ato que provocou sanções ocidentais e condenação internacional.
Na cidade de Kazan, centro da Rússia, quase 20 chefes de Estado e de Governo, incluindo os da China, Índia, Turquia e Irã, se reúnem para discutir temas como o desenvolvimento de um sistema de pagamento internacional sob a liderança dos Brics e o conflito no Oriente Médio.
A Rússia vê os Brics como uma alternativa às organizações dominadas por potências ocidentais, como o G7, uma posição apoiada pelo ditador comunista chinês Xi Jinping, um aliado crucial de Moscou.
Putin afirmou que o processo de formação de uma ordem mundial multipolar está em curso, caracterizando-o como dinâmico e irreversível.
Ele também enfatizou que a organização dos Brics está fortalecendo sua autoridade nas questões internacionais e pediu aos países membros que considerem como podem abordar os problemas mais prementes da agenda global, incluindo os graves conflitos regionais.
Criado em 2009 com Brasil, Rússia, China e Índia, o grupo Brics adicionou a África do Sul em 2010. Em 2024, o bloco recebeu quatro novos membros: Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, chegou à Rússia nesta quarta-feira para participar da reunião, sua primeira visita ao país em mais de dois anos, que foi bastante criticada pela Ucrânia.
Em conversações bilaterais realizadas na terça-feira com Xi e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, Putin elogiou as “associações estratégicas” da Rússia com seus parceiros. Xi, por sua vez, destacou os laços “profundos” entre a China e a Rússia, inserindo-os em um contexto de mundo “caótico”.
Segundo Xi, as relações entre Rússia e China “injetaram um forte impulso ao desenvolvimento, revitalização e modernização dos dois países”.