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Putin confirma aliança com a Coreia do Norte e não nega envio de tropas à Ucrânia

© Alexander Kazakov/Gabinete de Imprensa e Informação Presidencial Russo/TASS

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Vladimir Putin falou nesta quinta-feira sobre as denúncias feitas pelo Ocidente nos últimos dias, que alertam sobre a presença de cerca de 3.000 soldados norte-coreanos na Rússia, se preparando para se juntar às Forças Armadas na Ucrânia, e não desmentiu as acusações.

Durante uma coletiva de imprensa no contexto da cúpula dos BRICS em Kazan, Putin se referiu ao assunto e, embora não tenha dado uma resposta clara, lembrou à comunidade internacional sobre seu estreito vínculo com o regime de Kim Jong-un e a existência de um acordo de assistência mútua, que permitiria tais ações.

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“Nunca duvidamos de que os líderes norte-coreanos levam a sério nossos acordos. As imagens são coisa séria… se existem, significa que algo está acontecendo”, começou a dizer sobre as evidências divulgadas nos últimos dias, acrescentando que “o que fazemos (aplicar o pacto) com base neste artigo é assunto nosso”.

“Estamos em contato com nossos amigos norte-coreanos. Veremos como a situação se desenvolverá”, acrescentou, sem fornecer mais detalhes.

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Além disso, ele aproveitou a oportunidade para mencionar que não é seu país que intensificou os combates recentemente, mas sim o Ocidente, com sua postura de “armar ativamente” as tropas de Kiev. “Qual é a razão da participação direta de militares dos exércitos dos países da OTAN neste conflito?”, questionou.

Enquanto Putin fazia essas declarações, o Parlamento russo ratificava este pacto de assistência mútua, assinado em junho por Putin e Kim durante a visita a Pyongyang. O documento — um sinal do estreito vínculo entre os regimes, o mais forte desde o fim da Guerra Fria — estabelece a ajuda “por todos os meios” caso uma das partes seja atacada por atores estrangeiros e foi revivido em meio às denúncias contra Pyongyang pelo envio de milhares de soldados a Moscou, para se juntar aos combates na Ucrânia.

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“Caso uma das partes seja alvo de uma agressão militar por parte de qualquer outro Estado ou vários Estados e se encontre dessa forma em estado de guerra, a outra parte oferecerá imediatamente ajuda militar ou de outro tipo por todos os meios ao seu alcance, de acordo com o artigo 51 da Carta da ONU e em consonância com a legislação russa e norte-coreana”, estabelece o acordo.

Nesta semana, após a avaliação de relatórios de inteligência da Coreia do Sul e da Ucrânia, os Estados Unidos confirmaram que, de fato, cerca de 3.000 oficiais norte-coreanos haviam chegado recentemente ao solo russo e estavam recebendo treinamento no uso de drones e artilharia variada, com o objetivo de se juntar rapidamente às fileiras no front de batalha. Essa ação foi considerada pelo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, como “um problema muito, muito grave” e representaria uma escalada no conflito, além de ter um impacto não apenas na Ucrânia, mas também na Europa e no Indo-Pacífico.

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Inclusive, a OTAN advertiu que isso “marcaria uma escalada significativa no apoio da Coreia do Norte à guerra ilegal da Rússia”, embora também confirmasse “as importantes perdas” do Kremlin nos últimos tempos.

A incorporação dos oficiais norte-coreanos acontece em um momento em que, após mais de dois anos de guerra, o Exército do Kremlin está desgastado e precisa urgentemente de assistência estrangeira. Até o momento, as tropas russas sofreram mais de 60.000 baixas, a sociedade está cada vez mais relutante em responder aos chamados de mobilização e Putin teve que recorrer, inclusive, a prisioneiros para preencher suas fileiras.

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Por isso, a Rússia teria oferecido a seu aliado conhecimentos-chave nas áreas tecnológica, nuclear e balística, que permitirão continuar fortalecendo os programas de Kim, em troca de sua ajuda.

Em uma tentativa de dissuadir as partes de avançar com essa decisão, o porta-voz do Conselho de Segurança dos Estados Unidos, John Kirby, advertiu na véspera que “se esses soldados decidirem se juntar aos combates contra a Ucrânia, se tornarão alvos militares legítimos”, ficando assim à mercê das regras de guerra.

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(Com informações da AFP, AP, EFE e Europa Press)

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