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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta sexta-feira (8) ao serviço de inteligência do país que elabore um plano para evitar novos distúrbios como os que ocorreram na noite de quinta-feira (7), em Amsterdã, quando um grupo de manifestantes pró-palestinos atacou torcedores do Maccabi Tel Aviv. O ataque aconteceu após o jogo entre Ajax e Maccabi Tel Aviv, que terminou com uma vitória de 5 a 0 para o time holandês.
Netanyahu solicitou ao chefe do Mossad, David Barnea, que iniciasse a implementação de “ações de contingência” dentro do sistema de alerta de Israel, a fim de lidar com possíveis situações semelhantes. Ele fez esse anúncio durante uma reunião com altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores de Israel, enquanto acompanhava a evacuação dos cidadãos israelenses que estavam na Holanda.
Pouco antes, as autoridades israelenses confirmaram que o primeiro voo com cidadãos israelenses evacuados de Amsterdã já havia aterrissado no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv. A autoridade aeroportuária informou que o avião continha passageiros evacuados de Amsterdã devido aos incidentes.
Ataques antissemitas geram repercussão internacional
A Polícia de Países Baixos informou que dez pessoas ainda estão detidas após os “incidentes violentos”, que resultaram em pelo menos cinco feridos. As autoridades israelenses denunciaram que os torcedores do Maccabi Tel Aviv foram perseguidos e atacados, descrevendo os ataques como uma “perseguição organizada” contra os israelenses.
As autoridades de Amsterdã se disseram “envergonhadas” e classificaram os ataques como um caso de “antisemitismo”. A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, condenou os episódios e afirmou que o que aconteceu foi um “crime”, e não uma manifestação. “Não há desculpa para o que ocorreu”, disse ela, em entrevista à imprensa.
Os primeiros incidentes ocorreram na véspera do jogo e continuaram após a partida. Segundo o chefe da Polícia de Amsterdã, Peter Holla, vários agressores, cujas identidades ainda não foram reveladas, atacaram os torcedores israelenses após o jogo, gritando consignas pró-palestinas e utilizando motocicletas para perseguir as vítimas. Os agressores usaram uma tática de “ataque e fuga”, agredindo os torcedores e fugindo rapidamente da polícia, o que gerou comparações com os pogroms (perseguições violentas contra judeus) da história.
Distúrbios deixam feridos e vários detidos
Os distúrbios deixaram cinco pessoas hospitalizadas, todas já liberadas, e 62 detidos. Dez pessoas, incluindo dois menores de idade, continuam presas e são acusadas de distúrbio da ordem pública. As pessoas liberadas foram multadas por crimes como o lançamento de fogos de artifício e xingamentos, entre outros.
A polícia estabeleceu uma equipe especial para investigar a autenticidade dos vídeos que circulam nas redes sociais e identificar os suspeitos. Além disso, estão sendo analisados indícios de uma possível organização entre os agressores, após um apelo, feito em grupos de Telegram, para “caçar judeus”, como revelou a prefeita Halsema. Ela descreveu o episódio como uma “explosão de antisemitismo”.
O governo de Israel e as autoridades holandesas continuam a investigar o caso, buscando identificar todos os envolvidos e garantir a segurança dos cidadãos israelenses que permanecem na cidade.
(Com informações da Europa Press e EFE)