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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, destacou nesta sexta-feira que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ouviu a posição de Kiev e antecipou que, com a chegada da nova administração republicana em Washington, a guerra terminará mais rapidamente do que se tivesse continuado sob o governo de Joe Biden.
“Está claro que, com as políticas da equipe que agora liderará a Casa Branca, a guerra terminará antes. Essa é a posição deles e a promessa feita ao público, e isso é muito importante para eles”, disse Zelensky em entrevista à televisão pública ucraniana Suspline.
O presidente ucraniano também ressaltou que para a Ucrânia “é muito importante ter uma paz justa”, para que se faça justiça após a perda de sua “melhor gente” na guerra.
Zelensky acrescentou que, em suas interações com Trump, o presidente eleito dos EUA “ouviu os fundamentos” do que a Ucrânia pede. “Eu não ouvi nada contra a nossa posição”, completou, referindo-se à reação de Trump.
Zelensky tem falado repetidamente em público sobre a necessidade de encerrar a guerra o quanto antes, mas exige que a paz chegue em condições aceitáveis para Kiev, que até o momento rejeita a ideia de ceder territórios, sublinhando ainda a necessidade de receber garantias de segurança credíveis.
Trump prometeu que impulsionará negociações para acabar com a guerra o mais rápido possível. A Ucrânia teme que a paz proposta pelo republicano seja imposta em troca da cessão dos territórios ocupados pela Rússia.
Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, mantiveram nesta sexta-feira uma chamada telefônica, a primeira comunicação direta entre os líderes em quase dois anos, para discutir a guerra na Ucrânia.
Em comunicado, o Kremlin afirmou que Putin garantiu a Scholz que sua proposta de paz para a Ucrânia, apresentada em junho passado, segue em vigor. A proposta inclui a retirada das tropas ucranianas do Donbass e do sul do país, além da renúncia de Kiev à adesão à OTAN.
“A proposta da Rússia é bem conhecida… Os possíveis acordos devem levar em consideração os interesses da Federação Russa em matéria de segurança, partir da realidade no terreno e, o mais importante, erradicar as causas originárias do conflito”, informou o Kremlin.
Na sua primeira conversa desde dezembro de 2022, Putin fez referência à sua intervenção de junho, quando apresentou novas condições para a paz, que foram imediatamente rejeitadas por Kiev.
A nota oficial russa destacou que a conversa entre Putin e Scholz foi “detalhada e franca”.
“Putin lembrou que a atual crise é resultado direto da política agressiva da OTAN durante muitos anos, com o objetivo de criar, no território ucraniano, uma plataforma antirussa que ignorava os interesses de segurança do nosso país e violava os direitos dos falantes de russo”, ressaltou.
Em sua recente intervenção no Clube de Debate Valdái, Putin afirmou que não vê como possível uma “boa vizinhança” com a Ucrânia, a menos que este país renuncie definitivamente à adesão à Aliança Atlântica. Ele também declarou que a futura fronteira da Ucrânia dependerá da vontade dos habitantes do que chamou de “territórios históricos”.
Putin também se mostrou disposto, na semana passada, a manter negociações com Donald Trump.
(Com informações da Bloomberg, EFE e Reuters)