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Rússia Confirma Ataque com Mísseis ATACMS e Reforça Doutrina Nuclear em Meio às Tensões com o Ocidente

Foto: Pavel Bednyakov/POOL/TASS

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O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que, na madrugada de domingo, a região de Bryansk foi alvo de seis mísseis balísticos ATACMS, dos quais cinco foram interceptados por sistemas de defesa aérea, enquanto o sexto foi danificado.

“O inimigo (referindo-se à Ucrânia) atacou um alvo na região de Bryansk com seis mísseis balísticos às 3h25. Segundo dados confirmados, foram utilizados mísseis táticos operacionais ATACMS. As equipes dos sistemas de defesa aérea S-400 e Pantsir abateram cinco mísseis e danificaram outro”, declarou o ministério, conforme relatado pela agência TASS.

Os fragmentos do míssil danificado causaram um incêndio em uma instalação militar na região, rapidamente controlado. “Não houve vítimas nem destruição significativa”, acrescentaram as autoridades.

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Ucrânia reivindica ataque

Anteriormente, o Estado-Maior ucraniano havia informado sobre um ataque bem-sucedido contra um depósito de armas do Exército russo em Bryansk, sem especificar o tipo de armamento utilizado.

A confirmação do uso de mísseis táticos ATACMS ocorre após o anúncio do Kremlin, na última terça-feira, sobre a assinatura de um decreto por Vladimir Putin, autorizando o uso de armas nucleares contra países não nucleares que recebam apoio de potências atômicas.

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Dia 1000 da guerra e escalada de tensões

O episódio ocorre no marco de 1.000 dias da ofensiva russa na Ucrânia, e pouco após os Estados Unidos aprovarem o envio de mísseis de longo alcance para Kiev, destinados a atacar alvos militares em território russo.

O Kremlin condenou a decisão de Washington, classificando-a como “imprudente” e alertando que haverá uma resposta de Moscou.

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Segundo Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, mudanças na doutrina nuclear russa já estão “praticamente formuladas” e serão formalizadas, se necessário. “Era preciso alinhar nossos princípios à situação atual”, afirmou Peskov, conforme registrado pela TASS.

Expansão da doutrina nuclear

A doutrina revisada, publicada no portal oficial de informações jurídicas do Estado russo, amplia a lista de situações em que a Rússia pode recorrer a armas nucleares. Um dos principais pontos é que uma agressão de qualquer país membro de uma coalizão militar contra a Rússia ou seus aliados será considerada como um ataque de toda a coalizão.

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Analistas interpretam a medida como um claro aviso aos Estados Unidos e à OTAN, caso decidam intervir diretamente no conflito na Ucrânia.

Além disso, a Rússia poderá recorrer a armas nucleares em caso de um “ataque em massa” envolvendo aeronaves militares, mísseis de cruzeiro, hipersônicos, drones e outros equipamentos não tripulados que violem seu espaço aéreo.

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Ao mesmo tempo, a doutrina reforça que as armas nucleares são vistas como “instrumentos de dissuasão”, cujo uso seria uma “medida extrema e forçada”.

Putin havia anunciado as mudanças na doutrina nuclear em setembro, mas as promulgou oficialmente durante o marco dos 1.000 dias de combate na Ucrânia.

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