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Um plano de contingência, de 1.000 páginas, revelado nesta quarta-feira (20), indica que a Alemanha começou a se preparar para a possibilidade de um cenário de Terceira Guerra Mundial, com o objetivo de mobilizar até 800.000 tropas da OTAN, incluindo soldados americanos, para apoiar a Ucrânia. A operação, batizada de “Operação Alemanha”, visa proteger o país caso as tensões com a Rússia atinjam um ponto crítico, à medida que a ameaça nuclear russa se intensifica.
De acordo com documentos confidenciais obtidos pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o plano abrange detalhes de infraestruturas específicas que precisam ser preservadas para uso militar e orientações para que empresas e civis se preparem diante de ameaças crescentes. Além disso, a Alemanha está planejando um grande movimento logístico, incluindo o transporte de 200.000 veículos militares através de seu território caso a OTAN precise intervir diretamente na guerra.
Além de fortalecer a defesa militar, a Alemanha também orientou seus cidadãos sobre como aumentar sua autossuficiência, sugerindo a instalação de geradores a diesel e até mesmo turbinas eólicas para enfrentar eventuais crises energéticas.
O novo plano surge em um momento de crescente tensão, após a Rússia alterar oficialmente sua política de uso de armas nucleares, permitindo o uso dessas armas contra ataques convencionais, o que gerou preocupações ainda mais profundas sobre o potencial de um conflito global.
Preocupação Geral na Europa
A preparação da Alemanha não é isolada. Países como Suécia e Noruega também começaram a distribuir panfletos com instruções para seus cidadãos sobre como se preparar para a possibilidade de a guerra na Ucrânia se espalhar para outras partes da Europa.
A escalada das tensões também coincide com uma mudança significativa na postura do Kremlin, após a Rússia solicitar apoio da Coreia do Norte, com a possibilidade de enviar até 100.000 soldados norte-coreanos para ajudar a combater a Ucrânia. Essa movimentação, juntamente com o fornecimento de mísseis de longo alcance pelos Estados Unidos à Ucrânia, aumentou a preocupação com a expansão do conflito.
Mudança de Política de Putin e Apoio Internacional a Zelensky
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem intensificado as ameaças nucleares, mas a Alemanha tem se mantido firme em sua posição. A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou que o país não se deixará intimidar pelas ameaças de Putin. Ela ressaltou que a Alemanha cometeu um erro no passado ao permitir-se ser intimidada pelas ações russas, especialmente após a anexação da Crimeia em 2014.
A resposta do Ocidente se intensificou após a decisão dos Estados Unidos de permitir que a Ucrânia use mísseis de longo alcance para atacar território russo, o que enfraqueceu a segurança de áreas anteriormente fora do alcance da guerra.
Expectativas e Estratégia de Vitória da Ucrânia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem procurado apoio internacional, inclusive de Donald Trump, que indicou recentemente que não se oporia ao envio de mais armamentos para a Ucrânia, caso fosse reeleito. Zelensky tem demonstrado otimismo com a eleição de Trump, acreditando que isso pode acelerar o fim da guerra.
Zelensky, em entrevista à Fox News, afirmou que a vitória de Trump é uma boa notícia para a Ucrânia, uma vez que acredita que o ex-presidente tem a força necessária para lidar com Putin. Contudo, o presidente ucraniano advertiu que, sem o contínuo apoio militar dos Estados Unidos, a Ucrânia poderá perder a guerra.
Enquanto isso, líderes europeus e especialistas continuam a alertar sobre os riscos de uma escalada do conflito, com a Alemanha e outros países europeus reforçando suas defesas em uma tentativa de evitar que o conflito na Ucrânia leve o continente a uma guerra em grande escala.