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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, declarou apoio a Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, ao mesmo tempo em que criticou duramente a repressão conduzida pelo regime de Nicolás Maduro.
“Não reconhecemos a proclamada vitória de Maduro, fruto de eleições pouco transparentes. Continuamos condenando a brutal repressão do regime, que levou à morte de manifestantes, à prisão arbitrária de milhares de opositores políticos e ao exílio do candidato presidencial da oposição democrática”, afirmou Meloni em uma coletiva de imprensa na Argentina, ao lado do presidente Javier Milei.
A mandatária italiana destacou o papel da comunidade internacional na busca por uma solução pacífica para a crise venezuelana:
“É nosso dever levantar a voz, e agradeço ao presidente Milei por fazê-lo repetidamente. Durante meu mandato, temos reforçado essa posição, alinhados com a União Europeia, para promover uma transição democrática e pacífica na Venezuela, respeitando a escolha do povo venezuelano pelo presidente eleito González Urrutia e suas legítimas aspirações por liberdade e democracia.”
Meloni enfatizou a relevância da situação venezuelana tanto para a Itália quanto para a Argentina, ressaltando os laços históricos e a importância regional da questão.
Visita oficial à Argentina
Meloni está em sua primeira visita oficial à Argentina desde que assumiu o cargo, em 2022. O principal objetivo do encontro com Milei é fortalecer as relações comerciais e fomentar investimentos italianos no país sul-americano, com foco nos setores de energia, tecnologia da informação, infraestrutura, indústria alimentícia e máquinas de precisão.
Chegando na noite de terça-feira a Buenos Aires, após participar da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, a primeira-ministra jantou com Milei na Quinta de Olivos, residência oficial do presidente argentino. Na manhã seguinte, participou de uma cerimônia floral no monumento a José de San Martín, acompanhada pelo chanceler Gerardo Werthein, antes de ser recebida na Casa Rosada por Karina Milei, irmã e chefe de gabinete do presidente, que a conduziu até Javier Milei.
Apoio à oposição venezuelana
Recentemente, no dia 9 de novembro, Meloni recebeu González Urrutia no Palácio Chigi, em Roma, onde o parabenizou pela conquista do Prêmio Sakharov para a Liberdade de Consciência, concedido pelo Parlamento Europeu. Durante a reunião, a premiê reiterou o compromisso do governo italiano com a situação na Venezuela, especialmente durante a presidência rotativa do G7.
“A primeira-ministra enfatizou o apoio aos esforços em curso para uma transição democrática e pacífica que reflita a vontade do povo venezuelano”, afirmou o comunicado oficial. Meloni também pediu o fim imediato das violações de direitos humanos, das detenções arbitrárias e das restrições às liberdades fundamentais, especialmente contra a oposição política.
González Urrutia, por sua vez, destacou a importância do encontro:
“Compartilhamos a preocupação com a repressão e as violações de direitos humanos na Venezuela pelo regime de Maduro. Este é um tema que alarma profundamente líderes de países democráticos”, escreveu ele em suas redes sociais.
O político venezuelano agradeceu ainda o trabalho de Meloni no G7 e o apoio da Itália na Assembleia Geral da ONU. Ele concluiu:
“Entre Itália e Venezuela temos laços geracionais que ambos estamos comprometidos a honrar. Foi uma honra conversar com a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra da Itália.”