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Banco Central da Turquia aumenta a taxa de juros para 17,5%

Foto - Clker-Free-Vector-Images/Pixabay

O Banco Central da Turquia aumentou sua taxa de juros chave em 250 pontos-base para 17,5%, ficando abaixo das previsões dos analistas que esperavam um aumento de 500 pontos-base, enquanto os formuladores de políticas monetárias do país enfrentam um desafiador combate à inflação de dois dígitos.

Em seu comunicado após a decisão de taxa de juros, o banco afirmou que o aperto monetário será fortalecido conforme necessário, de forma oportuna e gradual, até que haja uma melhoria significativa nas perspectivas de inflação.

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A notícia causou uma queda de cerca de meio ponto percentual na lira turca em relação ao dólar, com a taxa de câmbio chegando a 26,92 para a moeda americana. No início desta semana, a lira atingiu uma nova mínima histórica de 26,9 em relação ao dólar, gerando preocupações de que o aumento da taxa seria menor do que o esperado. A moeda já perdeu 30% de seu valor em relação ao dólar este ano.

Em junho, a Turquia elevou sua taxa de juros pela primeira vez em mais de dois anos, após o presidente turco Recep Tayyip Erdogan nomear formuladores de políticas que prometeram seguir a ortodoxia econômica para combater a inflação.

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No entanto, antes disso, a Turquia vinha reduzindo gradualmente sua taxa de política de 19% no final de 2021 para 8,5% em março do ano passado, enquanto a inflação disparava, chegando a ultrapassar 80% no final de 2022 e diminuindo para pouco menos de 40% em junho. O banco central reiterou sua meta de reduzir a inflação para 5% no médio prazo em seu comunicado de quinta-feira, um objetivo que muitos economistas veem como irrealista nesta taxa.

Apesar da abordagem tradicional da ortodoxia econômica, que defende o aumento das taxas para controlar a inflação, Erdogan, que se autodeclara “inimigo” das taxas de juros, considerando-as “a mãe de todos os males”, defendeu publicamente uma estratégia de redução das taxas.

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A notícia do aumento menor do que o esperado foi mal recebida pelos analistas, muitos deles considerando-o um erro.

Timothy Ash, estrategista de mercados emergentes da BlueBay Asset Management, classificou a decisão como “terrível” e um erro. Ele expressou dúvidas sobre se os formuladores de políticas Simsek e Erkan têm o mandato real para implementar um aperto de política efetivo, referindo-se ao ministro das Finanças e ao chefe do banco central, respectivamente.

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A ênfase do banco central em um ritmo gradual de aperto sugere que os formuladores de políticas estão relutantes em implementar aumentos maiores e mais drásticos, temendo prejudicar o sentimento público e o apoio a Erdogan.

Apesar do aumento do dólar em relação à lira desde a reeleição de Erdogan em maio, o banco central parece não se preocupar com a recente queda da lira, julgando pelo aumento da taxa menor do que o esperado. Dados do banco mostraram uma melhoria nas reservas cambiais e no balanço de pagamentos, enquanto acordos comerciais e de investimento recentes com países do Golfo devem impulsionar partes da economia turca. No entanto, observadores alertam que esses acordos não garantem estabilidade macroeconômica se não houver esforços suficientes para apertar a política monetária e estabilizar a lira.

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A incerteza em relação à política monetária do país tem levado muitos analistas a preverem quedas maiores e mais desordenadas na lira, com expectativas de que ela caia mais 10% em relação ao dólar até o final do ano.

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