Negócios

China quer impor o uso de sua moeda na Bolívia

(Pixabay)

O governo de Luis Arce ordenou aos bancos privados bolivianos que participassem de uma reunião com representantes do Banco da China e do Banco Industrial da China para discutir a substituição do dólar por yuans chineses na Bolívia.

Todos os executivos dos bancos bolivianos participaram da reunião, e alguns deles solicitaram reuniões individuais para entender como a moeda chinesa poderia substituir a dos Estados Unidos.

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O economista Jaime Dunn alerta que um dos dois bancos chineses que anunciaram sua chegada à Bolívia, o Banco da China, opera na Argentina há 15 anos, mas não resolveu a escassez de dólares naquele país vizinho.

Além disso, Dunn lembra que 89% das operações comerciais mundiais são realizadas em dólares, enquanto apenas 2% delas são realizadas em yuans, de acordo com dados da Bloomberg.

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Dunn diz que, atualmente, existem cinco preços diferentes para o dólar na Bolívia:

  • O preço oficial, de Bs 6,96 por dólar;
  • O preço oferecido pelos bancos privados, de Bs 7,50 por dólar;
  • O preço das casas de câmbio, de Bs 8,00 por dólar;
  • O preço nas fronteiras, de Bs 8,30 por dólar;
  • O preço nas criptomoedas, de Bs 7,10 por dólar.

O problema é que, embora os dólares sejam escassos na economia boliviana, a moeda nacional também está em queda. Pela primeira vez em muito tempo, os bancos bolivianos têm mais dinheiro em depósitos do que na carteira de empréstimos.

O governo de Luis Arce mantém a posição de que, na falta de dólares, o yuan é uma boa alternativa, mas os empresários sabem que será difícil fazer negócios no exterior com a moeda chinesa. Eles também sabem que, quando a Rússia pagou pelo petróleo em yuans, a China não aceitou esses yuans de volta para pagar por alimentos.

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É provável que os bancos chineses trazidos pelo presidente Arce queiram operar com as empresas chinesas que exploram ouro nos rios amazônicos da Bolívia, assim como fazem nos rios da mesma bacia no Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, sem esquecer o Brasil.

Atualmente, os mineiros chineses fazem parte da mineração ilegal na Bolívia e em outros países da região, o que os obrigaria a legalizar e a pagar impostos semelhantes ao resto da mineração.

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No entanto, segundo Dunn, o problema é que a mineração ilegal, que goza de tratamento tributário especial, faz parte do esquema pensado para que o governo boliviano possa sobreviver.

O primeiro item que gera dólares para o Estado boliviano é a mineração ilegal, seguida pelo tráfico de drogas, remessas de cidadãos residentes no exterior e exportações agrícolas.

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Contrabando e tráfico de drogas

Neste caso, os números se misturam, pois o contrabando disfarça alguns números. Segundo Dunn, não devemos nos surpreender se em dezembro o departamento meridional de Tarija for revelado como o maior exportador de soja da Bolívia, embora não produza um único grão da oleaginosa.

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Atualmente, cerca de 1,8 bilhão de dólares entraram na Bolívia provenientes da exportação de soja de Tarija, embora seja a soja argentina que chegou à Bolívia como contrabandeada.

Tal como Peter Andreas, no seu livro “Smuggler Nation” (país do contrabando, referindo-se aos Estados Unidos), Jaime Dunn acredita que o contrabando é uma atividade empresarial capaz de criar poderes econômicos.

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Agora, é verdade, o tráfico de drogas também está envolvido na Bolívia, que Dunn estima em cerca de 1,2 bilhão de dólares por ano, embora admita que poderia ser mais, muito mais.

Afinal, um quilo de cocaína custa mil dólares no Chapare e 130 mil em Moscou. E não é porque o rublo seja fraco, o que é verdade, mas por causa de todos os pagamentos, legais e ilegais, que esse quilo deve pagar nessa viagem.

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