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A gigante varejista Americanas divulgou um prejuízo líquido de R$ 4,6 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, de acordo com seu balanço recentemente publicado na segunda-feira (26). Este número marca uma queda de 23,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, onde as perdas alcançaram a marca de R$ 6,027 bilhões.
Os resultados desfavoráveis foram atribuídos pela empresa à acentuada retração nas vendas, particularmente em sua plataforma digital, bem como a despesas financeiras elevadas. A Americanas está atualmente em processo de recuperação judicial desde janeiro de 2023, após a descoberta de uma fraude contábil monumental totalizando R$ 25,2 bilhões. A divulgação desses dados financeiros foi adiada por três vezes.
Somente em 16 de novembro do ano passado, a Americanas revelou seu balanço de 2022, revelando um prejuízo acumulado de R$ 12,9 bilhões. As demonstrações financeiras tiveram que ser reformuladas após a descoberta de manipulação de dados contábeis ao longo de oito anos consecutivos.
A companhia explicou que o resultado negativo foi o resultado de um desempenho operacional fraco e despesas financeiras significativas. A Americanas encerrou o período com um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e uma dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões, além de um Ebitda negativo de R$ 6,2 bilhões.
Além disso, a Americanas revisou seus dados referentes a 2021, onde um lucro líquido de R$ 544 milhões se transformou em um prejuízo de R$ 6,2 bilhões após os ajustes contábeis.
A empresa enfrentou um impacto significativo em suas operações online. O volume bruto de mercadorias (GMV) em lojas físicas caiu 4,4%, atingindo R$ 9,3 bilhões, enquanto no digital, o GMV despencou para R$ 4,8 bilhões, uma queda de 77,1%.
No entanto, a Americanas destacou uma melhoria nas vendas brutas nas mesmas lojas, com uma queda de apenas 2,9% no ano passado, indicando uma recuperação com um crescimento de 3,6% no terceiro trimestre de 2023.
Em meio a esses desafios, a empresa salientou alguns números positivos, incluindo uma melhora na margem bruta em 11,1 pontos percentuais e um aumento de R$ 791 milhões no Ebitda durante o período de janeiro a setembro do ano anterior.
Apesar das dificuldades financeiras, a Americanas afirmou que seu endividamento se manteve estável, com uma tendência de redução significativa assim que o Plano de Recuperação Judicial for implementado.
Apesar dos reveses, a Americanas permanece otimista em sua capacidade de se recuperar dessas adversidades financeiras e reconstruir sua posição no mercado varejista.