O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, anunciou nesta sexta-feira (28) que acionou a polícia portuguesa na tentativa de prender Anna Saicali, ex-diretora da Americanas, considerada foragida. A executiva deixou o Brasil no dia 15 de junho, embarcando para Lisboa com uma passagem comprada na véspera, e ainda não foi localizada.
Rodrigues está em Lisboa para participar de um painel do 12º Fórum Jurídico de Lisboa, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. “Estive em reuniões na Polícia Judiciária e na Polícia de Segurança Pública aqui em Lisboa, ontem e hoje”, declarou Rodrigues ao portal UOL.
Na manhã desta sexta-feira (28), o ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi preso em Madri. Ele e Anna Saicali estavam na lista de procurados da Interpol desde a última quinta-feira (27).
A PF deflagrou na quinta-feira a Operação Disclosure, investigando fraudes contábeis nas Lojas Americanas que, segundo as apurações, totalizam R$ 25 bilhões. Foram emitidos mandados de prisão contra Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, que continua foragida.
Anna Saicali estava afastada da Americanas desde o início de 2023, após a divulgação das fraudes na varejista. Em um comunicado divulgado pela nova gestão no ano passado, ela foi apontada como uma das principais participantes do esquema. Uma reportagem da Folha de S. Paulo revelou que, menos de vinte dias antes do anúncio das “inconsistências contábeis”, Anna transferiu para seu filho cotas de uma empresa com patrimônio de R$ 13 milhões.
Miguel Gutierrez vive na Espanha desde que o escândalo da Americanas veio à tona, em janeiro de 2023. Seu nome e o de Saicali foram incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, uma lista dos mais procurados do mundo.
Ainda não há informações sobre o destino de Gutierrez após sua prisão. O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a extradição do executivo. Segundo a Polícia Federal brasileira, ele foi localizado pelo Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), situado na Superintendência da PF, no Rio de Janeiro.
O CCPI é uma unidade que promove a articulação entre diversas instituições policiais e atua em países como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Paraguai, Peru e Uruguai.