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As ações em Wall Street fecharam com uma leve queda na quarta-feira (18), após a Reserva Federal anunciar uma redução de meio ponto percentual nas taxas de juros, encerrando dias de especulação sobre a medida.
Os principais índices do mercado americano oscilaram entre o terreno positivo e negativo após a decisão da Reserva Federal, com o S&P 500 encerrando o dia com uma queda de 0,3%.
Esse importante corte ajuda os mercados financeiros de duas maneiras: primeiro, alivia os freios sobre uma economia que vinha desacelerando devido às taxas mais altas; segundo, eleva os preços de diversos investimentos. Além das ações, os preços do ouro e dos títulos já estavam em alta nos últimos meses, antecipando a redução das taxas.
Como o corte foi amplamente previsto e os mercados já se movimentaram em função disso, as reações em Wall Street foram contidas, mesmo diante da importância histórica da decisão. Este foi o primeiro corte em mais de quatro anos, encerrando um ciclo em que a Fed elevou as taxas para os níveis mais altos em duas décadas, na tentativa de conter a inflação mais elevada em gerações.
Com a inflação recuando significativamente desde seu pico há dois anos, a Reserva Federal afirmou que pode focar mais na proteção do mercado de trabalho e da economia em geral.
“O momento de apoiar o mercado de trabalho é quando ele está forte, e não quando os primeiros sinais de demissões aparecem”, disse o presidente da Fed, Jerome Powell. “É essa a situação em que nos encontramos”.
A questão agora é até onde a Fed vai cortar as taxas para alcançar seus objetivos, o que pode ser um desafio delicado. Reduzir as taxas facilitaria o acesso ao crédito para empresas e famílias, mas também poderia impulsionar a inflação.
Na quarta-feira, a Reserva Federal divulgou previsões indicando que seu funcionário médio espera um novo corte de meio ponto até o final do ano, o que poderia resultar em uma redução tradicional de 0,25 ponto em cada uma das duas reuniões restantes programadas para 2024. Além disso, o funcionário médio projeta outro corte de um ponto percentual durante 2025.
Alguns críticos afirmam que a Reserva Federal pode estar agindo tarde demais para proteger a economia e pode ter perdido a chance de evitar uma recessão.
“Nós não acreditamos que nos atrasamos”, disse Powell. “Acreditamos que é oportuna. Mas creio que podem interpretar isso como um sinal do nosso compromisso em não ficar para trás”, referindo-se ao corte de meio ponto percentual. Powell o classificou como “um bom começo forte”.
Outros críticos, por sua vez, alertam que a Fed deve ter cautela ao cortar demais as taxas, devido à possibilidade de a inflação se manter persistentemente mais alta do que nas últimas décadas.
Powell reiterou que a Fed não está com “pressa para fazer isso” e que as decisões sobre as taxas de juros serão tomadas reunião a reunião, com base nos dados disponíveis.
“Nos moveremos tão rápido ou tão devagar quanto acharmos apropriado em tempo real”, disse ele. Por ora, Powell destacou que “a economia dos EUA está em uma boa situação, e nossa decisão de hoje visa manter isso”.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro apresentaram movimentos mistos após a decisão da Reserva Federal.
A rentabilidade dos títulos de 10 anos subiu para 3,70%, em comparação a 3,65% na terça-feira, após oscilações imediatas após o anúncio. O rendimento dos títulos de dois anos, que reflete mais de perto as expectativas da Fed, subiu para 3,61%, mas também apresentou flutuações enquanto Powell falava.
Nos mercados internacionais, os índices europeus caíram ligeiramente após altas significativas na Ásia.
O Banco do Japão e o Banco da Inglaterra também estão realizando reuniões de política monetária esta semana. Espera-se que nenhum dos dois bancos se pronuncie sobre as taxas de juros, embora o tom de suas declarações possa indicar futuros movimentos e influenciar os mercados.
(Com informações da AP)