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A Spirit Airlines, maior companhia aérea de baixo custo dos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira (18) que entrou com um pedido de falência no Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, buscando uma reestruturação enquanto tenta se recuperar das perdas geradas pela pandemia e de uma tentativa frustrada de venda para a JetBlue.
A companhia, que perdeu mais de 2,5 bilhões de dólares desde o início de 2020, enfrenta também o pagamento iminente de dívidas superiores a 1 bilhão de dólares no próximo ano. Mesmo em meio ao processo de falência, a Spirit afirmou que espera operar normalmente e que os clientes podem continuar a fazer reservas e voar sem interrupções. Todos os bilhetes, créditos e pontos de fidelidade continuam válidos, assim como os benefícios de afiliados e programas de fidelidade.
As ações da Spirit Airlines, com sede em Miramar, na Flórida, caíram 25% na última sexta-feira (15), após o Wall Street Journal relatar que a companhia estava em negociações com seus credores sobre a falência. Desde o final de 2018, as ações da empresa caíram 97%, quando ainda gerava lucros.
Em agosto, o CEO Ted Christie confirmou que a Spirit estava em conversações com seus consultores sobre os próximos vencimentos da dívida, destacando que a prioridade era alcançar o melhor acordo o mais rápido possível.
Apesar das dificuldades, a empresa continua a transportar passageiros, mas com uma queda significativa nos preços das passagens. Nos primeiros seis meses deste ano, o número de passageiros aumentou 2%, mas as receitas por milha e as tarifas tiveram uma redução de 10% e 20%, respectivamente, o que contribuiu para o prejuízo. A redução de tarifas e o aumento da concorrência com outras grandes companhias aéreas dos EUA, que agora oferecem opções semelhantes de passagens econômicas, têm prejudicado os resultados financeiros da empresa.
A Spirit Airlines também enfrenta desafios relacionados ao aumento de custos com mão de obra e a concorrência crescente no mercado de viagens domésticas nos Estados Unidos. Além disso, a companhia foi afetada pela necessidade de reparos nos motores Pratt & Whitney, o que forçou a retirada temporária de dezenas de aeronaves Airbus da frota.
Em 2022, a Frontier Airlines tentou fundir-se com a Spirit, mas a oferta foi superada pela JetBlue, que também sofreu um golpe quando o Departamento de Justiça dos EUA bloqueou a fusão por temores de que isso aumentaria os preços para os passageiros que dependem de tarifas mais baixas.
O pedido de falência ocorre em um contexto de crise econômica no setor aéreo, que enfrentou desafios ao longo das décadas de 1990 e 2000, devido à competição feroz, custos elevados e aumentos nos preços do combustível. A última grande falência no setor aconteceu com a American Airlines, que saiu da proteção do Capítulo 11 e se fundiu com a US Airways em 2013.
A Spirit agora espera que, com a reestruturação, consiga retomar sua operação de forma mais eficiente e viável no futuro.
Com informações da AP