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Em interceptações telefônicas da Polícia Federal, o desembargador Alexandre Victor de Carvalho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, propõe que o filho e a mulher dele atuem como funcionários públicos fantasmas, sem cumprir as cargas horárias exigidas para os cargos, e sugere até um esquema de “rachadinha” para dividir salário a ser pago pelo erário à sogra.
Integrante da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça mineiro, o desembargador articula, nos áudios, um revezamento de parentes em cargos públicos.
O objetivo do desembargador, segundo a PF, que investiga o caso desde 2015, era aumentar os rendimentos familiares incluindo seu filho em substituição à esposa em cargo comissionado na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Em contrapartida, ele teria aberto espaço na corte para que políticos pedissem favores.
Nos diálogos o magistrado indica que os familiares não cumpririam as cargas horárias pertinentes aos cargos “Augusto [Paulino] falou que você indo duas ou três vezes por semana, vai te apresentar aos vereadores correr com você lá. [É] pra você ficar umas duas ou três horas por dia, o horário que você puder”, afirmou ao filho em 11 de novembro de 2015.
O filho de desembargador foi nomeado em dezembro de 2015, com uma remuneração de R$9.300 e exerceu o cargo de coordenador de intermediação operacional, substituindo a sua mãe, esposa do juiz. A carga horária prevista para a função era de oito horas diárias, de segunda a sexta, entretanto, o ele era dispensado de bater ponto.