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Uma pesquisa Datafolha apontou que quatro em cada dez brasileiros não consegue citar uma medida do governo de Jair Bolsonaro nos primeiros seis meses de gestão. Questionados sobre o que de melhor havia feito o presidente no período, 39% dos entrevistados responderam “nada”. Outros 19% não souberam responder à pergunta.
De acordo com o instituto, o percentual de brasileiros que não destacam qualquer ação positiva do governo no período (“nada”) sobe para 45% entre as mulheres; para 46% entre entrevistados do Nordeste; e 52% para fiéis de religiões de matriz africana. O número chega a 76% na faixa dos que avaliam a gestão como “ruim ou péssima”.
Dos entrevistados que afirmaram ter votado no então candidato do PSL para presidente, 17% responderam não ver o que destacar positivamente das ações do governo.
Enquanto isso, 8% das pessoas ouvidas na pesquisa avaliaram haver avanços na segurança. Elogios a políticas sobre o tema foram mais comuns entre homens, cidadãos do Norte e do Centro-Oeste (11%) e partidários do PSDB (20%).
Segundo a pesquisa, 7% elogiaram a reforma da Previdência e 4% mencionaram o combate à corrupção como medidas positivas da gestão Bolsonaro. Para 4%, merece destaque a iniciativa de flexibilizar o porte e a posse de armas no país e, para 1%, as de acabar com o horário de verão e nomear Sergio Moro para chefiar a pasta da Justiça. A política externa foi lembrada por 2% e os ministros escolhidos, por 1% dos entrevistados.
O mesmo levantamento constatou que boa parte dos entrevistados não sabe citar medidas negativas do governo nos últimos seis meses. Questionados sobre o que de pior havia feito a atual gestão, 18% responderam “nada”. Entre os evangélicos, este percentual vai a 22% e entre os que têm 60 anos ou mais, a 25%. Entre os que consideram o governo “bom ou ótimo”, chega a 36%.
Medidas negativas
O Datafolha apontou que os decretos das armas foram a principal iniciativa lembrada como negativa (21%). Outros 19% não souberam destacar negativamente alguma proposta. A reforma da Previdência foi criticada por 12% e a imagem pública, por 9%. Este último quesito inclui declarações consideradas desnecessárias e/ou ofensivas, relação com os filhos e articulação política, explicou o instituto.
O contingenciamento da educação, alvo de protestos em várias cidades do país, foram citados por 3% dos entrevistados.
Na pesquisa, realizada nos dias 4 e 5 de julho, o Datafolha ouviu 2.086 pessoas, de 16 anos ou mais, em 130 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
Por O Globo