Política

Dodge recorre contra decisão de Toffoli que suspende investigações com dados do Coaf

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recorreu nesta terça-feira (23) da decisão tomada na semana passada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que suspendeu investigações nas quais dados financeiros e fiscais detalhados tenham sido compartilhados por órgãos de inteligência sem autorização judicial.

A determinação do ministro, feita na última terça (16), atendeu a um pedido do filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), envolvido em investigações iniciadas a partir de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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No recurso, um embargo de declaração, a procuradora-geral sustenta que a decisão apresenta “obscuridades” que devem ser sanadas pelo ministro, de forma que possa ser analisada a possibilidade de apresentação de recurso.

Dodge afirma que “apenas em 2018, recebeu 414.911 informes de operações suspeitas dos entes legalmente obrigados, com indícios de crimes”. “Somando-se a elas as 2.720.584 de operações em espécie, tem-se um total de 3 135.495 de comunicações feitas ao COAF em apenas um ano”, diz.

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“Dividindo-se tal montante pelo número de dias úteis em 2018 (252), chega-se à proporção de 12.442 de comunicações recebidas diariamente pelo COAF. Ainda que se leve em consideração apenas as operações suspeitas, foram 1.646 comunicações diárias no ano passado”, ressalta.

Segundo a procuradora-geral, a “magnitude e a frequência diária desses dados demonstra, por si, a importância e o impacto” da decisão de Toffoli.

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“Caso seja necessária a apresentação de requerimento ao juízo e consequente decisão judicial para que o Ministério Público tenha acesso a cada uma dessas comunicações diárias – muitas delas, ressalte-se, que não resultarão em qualquer interesse investigativo posterior – nitidamente haverá desmantelamento do sistema antilavagem e o congestionamento de varas criminais, ofícios do Ministério Público e delegacias de Polícia, sobretudo aqueles com competência sobre delitos de lavagem de dinheiro e correlatos”, completou.

 

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Estadão com Gazeta Brasil

 

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