Política

‘Nada de tribunal de exceção’, diz Gilmar sobre inquérito das fake news

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta segunda-feira (5) a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e negou que o inquérito instaurado pelo próprio STF para apurar ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte represente um “tribunal de exceção”.

Em manifestação enviada ao tribunal na semana passada, Raquel Dodge criticou o fato de o Ministério Público ser escanteado das investigações, pediu a anulação do inquérito e alertou para a possibilidade de procuradores entrarem na mira da investigação.

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“A usurpação de competências constitucionais reservadas aos membros do Ministério Público e sua investigação por verdadeiro tribunal de exceção, evidenciam as ilegalidades apontadas”, escreveu Dodge, ao se manifestar no âmbito de uma ação da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) contra o inquérito, que acabou prorrogado por 180 dias.

Após participar de audiência de conciliação sobre os repasses da Lei Kandir, no STF, Gilmar Mendes disse a jornalistas que o objetivo da investigação é tentar pôr fim a ataques contra o tribunal. “Portanto, nada de tribunal de exceção”, disse o ministro, que aproveitou a fala para criticar a atuação do MP.

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“A rigor, nunca ninguém disse que os inquéritos feitos pelo Ministério Público são inquéritos de tribunal de exceção. Agora há um problema aqui que não está sendo considerado, que é relevante: a dificuldade que se tem de fazer investigação relativa a membros do Ministério Público. Veja, o próprio CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público, que investiga a conduta de procuradores) funciona muito mal. A Corregedoria do Ministério Público praticamente não funciona”, criticou Gilmar.

“Estamos a falar de uma questão que, em termos republicanos, é muito séria. Quem vigia o guarda neste caso? Os mal-feitos cometidos por procuradores são investigados por quem? Essa é uma questão que precisa ser respondida. É preciso que haja investigação”, completou.

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Na avaliação do ministro, o CNMP, em geral, “tem sido muito ágil” para fazer extensão de vantagens salariais de integrantes do MP e muito lento quando se trata de punir seus próprios membros.

“Nós já estamos acumulando escândalos Brasil afora. Organizações incumbidas de investigação que estão abusando. E quem investiga?”, questionou Gilmar.

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Outro lado. O CNMP e a PGR informaram à reportagem que não vão se manifestar sobre as declarações do ministro.

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