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BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que não pretende demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante a “guerra”, numa referência à atuação dele durante a pandemia do novo coronavírus, mas admitiu publicamente que tem tido problemas com o auxiliar.
“Não pretendo demiti-lo durante a guerra”, disse Bolsonaro, em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Rádio Jovem Pan, ao não garantir a permanência dele à frente da pasta após a pandemia.
Na entrevista, o presidente reconheceu já saber que ele e Mandetta estão se “bicando há um bom tempo”. Para ele, o ministro da Saúde em algum momento “extrapolou” e tem tido falta de “humildade”.
“Espero que ele dê conta do recado”, disse o presidente.
Os dois têm protagonizado embates sobre a atuação do governo federal para conter o avanço do coronavírus. Bolsonaro tem defendido relaxamento de medidas de isolamento social para evitar o agravamento da crise econômica. Mandetta, por sua vez, tem respaldado ações de contenção de governos estaduais e municipais para evitar uma maior propagação do vírus.
Bolsonaro disse que nenhum ministro do seu governo é indemissível e considerou que, em alguns momentos, Mandetta deveria ouvir um pouco mais o presidente. Destacou que Mandetta cuida da Saúde, o ministro Paulo Guedes da economia e ele atua no meio. Avaliou que não tem nenhum problema com Guedes, mas Mandetta quer fazer valer a sua posição.
“Tem faltado um pouco de humildade ao Mandetta”, disse. Para Bolsonaro, o clima de histeria e pânico contagiou parte dos profissionais do Ministério da Saúde.
“É igual numa guerra. Numa guerra, a gente vai perder soldados”, disse. “Boa sorte ao Mandetta, espero que ele prossiga na sua missão com um pouco mais de humildade”, reforçou.