Política

Moro acusa PGR de tentar atingi-lo para ajudar Bolsonaro

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acusou a Procuradoria-geral da República (PGR), de Augusto Aras, de querer beneficiar o presidente Jair Bolsonaro e atacá-lo após a decisão do Ministério Público Federal (MPF) de retomar as tratativas para acertar um acordo de delação que pode prejudicar o advogado Carlos Zucolotto, seu amigo.

“Causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro, e que já havia sido arquivada em 2018, tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do Governo do Presidente Jair Bolsonaro”, escreveu o ex-juiz em nota enviada à imprensa nesta quarta-feira (03).

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Nesta quarta-feira (03), uma reportagem publicada pelo jornal O Globo revelou que Aras desengavetou uma investigação sobre suposto pagamento de US$ 5 milhões em propina a Zucolotto, que foi padrinho de casamento de Moro e sócio de Rosângela, esposa do ex-ministro.

A denúncia já foi investigada pela própria PGR e arquivada em 2018, sob conclusão de que a prática de crimes não foi comprovada.

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Porém, agora com o desarquivamento do inquérito, o PGR pretende voltar a negociar uma delação premiada com o advogado Rodrigo Tacla Duran, que está sendo apontado pela Lava Jato como operador financeiro da Odebrecht. O próprio confirmou que foi ele quem pagou dinheiro ao amigo de Moro para obter vantagens em uma delação premiada, posteriormente frustrada, com a Lava Jato em 2016. Entre elas, uma suposta redução no valor da multa delatória. Duran atualmente está foragido no exterior desde 2016, quando foi alvo de um mandado de prisão determinado por Moro.

Confira a nota de Moro na íntegra:

“Sobre a matéria “Aras retoma delação que atinge amigo de Moro”, publicada no Jornal O Globo, nesta quarta-feira 03/06/2020, venho informar que:

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Os relatos de Rodrigo Tacla Duran sobre a suposta extorsão que teria sofrido na Operação Lava Jato, com envolvimento de um amigo pessoal, Carlos Zucolotto Júnior, já foram investigados na Procuradoria-Geral da República e foram arquivados em 27/09/2018, com parecer do então Vice-Procurador-Geral da República (Notícia de fato 1.00.000.010357/2018-88).

Na ocasião, o relato não verdadeiro prestado por acusado foragido do país teve o destino apropriado: o arquivamento. Como sempre frisei, ninguém está acima da lei, por tal razão, disponho-me a prestar qualquer esclarecimento que se vislumbre necessário sobre os fatos acima. Contudo, causa-me perplexidade e indignação que tal investigação, baseada em relato inverídico de suposto lavador profissional de dinheiro, e que já havia sido arquivada em 2018, tenha sido retomada e a ela dado seguimento pela atual gestão da Procuradoria-Geral da República logo após a minha saída, em 22/04/2020, do Governo do Presidente Jair Bolsonaro.

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Lamento, outrossim, que mais uma vez o nome de um amigo seja utilizado indevidamente para atacar a mim e o trabalho feito na Operação Lava Jato, uma das maiores ações anticorrupção já realizadas no Brasil”.

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