Política

Aras acusa sites pró-governo de transformarem “atos antidemocráticos” em “negócio lucrativo”

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Augusto Aras apontou que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro transformaram a divulgação de supostos “atos antidemocráticos” em “negócio lucrativo” que pode ter rendido mais de R$ 100 mil. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) e a PGR de Aras acusam as manifestações pró-Bolsonaro e em apoio ao governo, que geralmente ocorrem aos domingos, são “antidemocráticas”.

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De acordo com documento obtido pela CNN, a suspeita é que parlamentares, empresários e donos de sites bolsonaristas atuam “em conjunto e de forma orquestrada”. Na semana passada, eles foram alvo de mandados de busca e apreensão e tiveram o sigilo bancário quebrado.  
 
Segundo investigações conduzidas por Humberto Jacques, vice-procurador-geral da República, há indícios de que os alvos passaram a disseminar “mensagens apelativas” em redes sociais em busca de dinheiro. O inquérito aberto por Aras, com autorização do STF, apura o financiamento das manifestações pelo presidente.

De acordo com Jacques, “os frequentes entrelaçamentos dos membros de cada um dos núcleos” indicam “a potencial existência de uma rede integralmente estruturada de comunicação virtual voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”.

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Segundo o inquérito, sites bolsonaristas podem ter lucrado, especialmente, com a transmissão de atos que tiveram a participação de Bolsonaro. 

Jacques cita dados de um relatório de uma empresa especializada em análises estatísticas de páginas do YouTube, segundo os quais, por exemplo, a Folha Política, site que diariamente publica vídeos em defesa do governo, pode ter faturado entre US$ 6 mil e US$ 11 mil com a “live” do presidente do dia 3 de maio em frente ao Palácio do Planalto. 

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Já o vídeo da participação de Bolsonaro no ato de 19 de abril, dia do Exército, pode ter rendido, de acordo com a PGR de Aras, lucro US$ 7,55 mil e US$ 18 mil. A manifestação ocorreu em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. O inquérito aponta que, com a transmissão, o canal “Foco do Brasil” teve 1,5 milhão de visualizações. 

O vice-procurador-geral da República diz que, “com o objetivo de lucrar”, esses canais, “que alcançam um universo de milhões de pessoas, potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso, assim, a insurgências que acabam efetivamente se materializando na vida real, e alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos financeiros”.

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O inquérito aponta que a transmissões tornam-se “negócios lucrativos” quando apelam a “vídeos batizados com títulos expressivos”, como “Bolsonaro invade STF”, “A Força de Bolsonaro é maior que Congresso e STF”‘ e “Bolsonaro e Forças Armadas fechados em um acordo para o Brasil”‘. 

“Há uma escalada em que mensagens apelativas produzem propagação e dinheiro; e a busca por dinheiro gera a necessidade de renovação de bandeiras com grande apelo e propagação”, afirma Jacques. 

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O inquérito detalha que o dinheiro advém de publicidade, de assinaturas dos canais, da venda de produtos oficiais das páginas e até de anúncios pagos por empresas e órgãos públicos.
 
Embora destaque que não há ilicitude nas transmissões, o vice-procurador-geral afirma que “pode haver abusos e crimes que precisam ser apurados a partir do esclarecimento do modo de funcionamento estruturado e economicamente rentável” na organização dos atos –cuja a pretensão, diz Jacques, seria a “execução de ações contra a ordem constitucional e o Estado Democrático e provocação das Forças Armadas ao descumprimento de sua missão constitucional”.

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