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O governador Ronaldo Caiado (DEM) pediu apoio nesta segunda-feira (29), a prefeitos para o lockdown alternativo de 14 dias, em Goiás. O pedido foi feito após a Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgar um novo estudo que estima um colapso hospitalar em julho no estado.
Caiado prometeu um decreto estabelecendo quais as atividades que, de acordo com o governo, não podem funcionar a já a partir desta terça-feira (30). “E depois, para os próximos 14 dias, vamos voltar a analisar o que pode ou não ser retomado”, afirmou.
“A responsabildiade é de todos nós. Cada prefeito e cada prefeita vai responder pelos casos de seus municípios”, declarou o governador em videoconferência que contou com profissionais de saúde, deputados federais goianos, representantes das cidades e de órgãos públicos.
Atualmente, Goiás tem 21.984 casos, com 435 mortes registradas. Apesar de, na comparação com os outros Estados, os números serem mais baixos, a curva de novas infecções é a que mais cresce no país, enquanto os óbitos seguem estáveis.
“Ninguém pode pensar: ‘Ah, não fica bem pra mim, o comerciante não vai gostar, eu vou perder voto’. Eu não transijo da minha posição. Fornecerei as minhas polícias a todos os prefeitos que querem que haja o comprimento do isolamento. Porta de supermercado não será mais o que é hoje, em que famílias vão inteiras para a frente da lojas”, afirmou Caiado ao defender que não se pode pensar em eleições nesse momento.
“A tropa estará prestando atenção sem desguarnecer o combate à criminalidade”, explicou o governador. “Mas a prefeitura local também tem papel importante ao retirar a autorização de empresas que não estejam cumprindo as normas necessárias. Esse estabelecimento não pode mais continuar aberto se não estiver nesse mesmo esforço do Estado”, finalizou.
O nível de isolamento no Estado varia atualmente entre 33% e 37%. O sistema 14×14 foi sugerido pouco antes da fala de Caiado pelo professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Thiago Rangel.
Segundo Rangel, professor do departamento de Ecologia da UFG, baseando-se em um detalhado estudo da instituição, fechar todas as atividades econômicas não essenciais por 14 dias e logo em seguida retomá-las por igual período até o fim do ano evitaria 8.360 mortes no Estado nos próximos três meses.
“Um fechamento desse tipo é mais eficiente em óbitos e para a economia. Fica 50% do tempo fechado, mas salva 61,5% das pessoas que poderiam ser salvas”, disse Ranger.