Política

MP vê indícios de que ex-funcionário de Doria preso doava R$ 6 mil por mês ao MBL

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) diz haver indícios de que o empresário Alessander Mônaco Ferreira, preso na última sexta (10) na Operação Juno Moneta, doava, em média, R$ 6 mil por mês, ao MBL (Movimento Brasil Livre), o que correspondia a seu salário líquido no governo de São Paulo, já na gestão de João Doria.

Segundo o MP, as doações eram feitas durante transmissões de vídeo do MBL pelo YouTube e, de acordo com o promotor Marcelo Batlouni Mendroni, tinham o objetivo de ocultar a origem da doação.

“Os pagamentos efetuados via Superchat são muito menos rastreáveis no que tange à origem do dinheiro – há diversos vídeos no Youtube mencionando a possibilidade de doações por meio de compra de cartões pré-pagos, facilitando eventual prática de lavagem de dinheiro”, diz o pedido de prisão e bloqueio de bens do empresário ligado ao MBL.

De fevereiro de 2019 a janeiro de 2020, Mônaco era gerente de tecnologia da informação da Comissão de Avaliação de Documentos e Acesso, órgão da Imprensa Oficial de São Paulo, responsável pela gestão de documentos públicos do estado.

Segundo O Antagonista, o que chamou a atenção do MP-SP é ele ganhava bem mais com suas empresas na área de tecnologia: a Monaco Intelligent Consulting Ltda. e a Amazing Consulting Tecnology and Innovation.

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Na descrição do promotor Marcelo Batlouni Mendroni, “ambas situadas em endereço residencial, sem funcionários e com objetos sociais muito semelhantes, fato que enseja fortes suspeitas de que funcionem, para movimentar valores ilícitos”.

Relatório da Receita indicou que, entre janeiro de 2016 e junho de 2019, Alessander recebeu mensalmente em suas contas R$ 94,9 mil, em média, o que totaliza R$ 4,5 milhões no período.

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Seus rendimentos, porém, somam R$ 902,4 mil, o que, para o MP-SP, indica “movimentação financeira incompatível” de R$ 3,6 milhões. O gasto médio com cartão de crédito era de R$ 27,4 mil, segundo a fiscalização da Receita.

Na sexta-feira, o MP apreendeu na casa de Alessander, onde funciona uma das empresas, R$ 37 mil em espécie. Na casa dos pais, onde está sediada a outra empresa, foram encontrados  R$ 65 mil.

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Em nota divulgada na sexta, o MBL diz que Alessander jamais fez parte do movimento.

Quanto às doações via YouTube, afirmou que é “risível o apontamento de ocultação por doações na plataforma Google Pagamentos, haja vista que todas as doações recebidas na plataforma públicas, oriundas do YouTube e vulgarmente conhecidas como ‘superchats’, significando quantias irrisórias, feitas por uma vasta gama de indivíduos de forma espontânea. Sob o aspecto lógico, seria impossível realizar qualquer espécie de ocultação e simulação fiscal por uma plataforma pública e com quantias pífias.”

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