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Na época que ainda era juiz, o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, já fazia parte de um esquema de corrupção para receber dinheiro e ter “conforto” e segurança, pelo menos foi isso que foi delatado à Procuradoria-Geral da República pelo empresário Edson Torres que fechou um acordo de delação premiada.
Nela, Torres afirma que, logo após a Operação Lava Jato avançar sobre o grupo do ex-governador Sergio Cabral, os empresários começaram a se articular para fazer um novo esquema de corrupção e a procurar novos rostos para voltar ao poder. Foi assim que chegaram a Witzel, ainda em 2017.
Após várias reuniões, ficou acertado entre Torres e o Pastor Everaldo, presidente do PSC e “padrinho” político do governador afastado, que Witzel receberia R$ 980 mil em cinco parcelas, para ter “conforto” e “segurança”, já que seria obrigado a largar o cargo e o salário de juiz federal para se candidatar.
Ainda segundo Torres última parcela foi paga em abril de 2018. Wilson Witzel se elegeu em novembro daquele mesmo ano.
A partir daí, foi criado uma “caixinha da propina” na Secretaria de Saúde, com a cobrança de 3% a 7% dos totais dos contratos fechados. O dinheiro conseguido era dividido entre Edson Torres, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos, o doleiro Victor Hugo Cavalcante e 40% do lucro das operações ilegais eram “rachados” entre Witzel e Everaldo.
Tanto o governador afastado quanto o presidente do PSC negam qualquer envolvimento no esquema de corrupção.