Política

Após pedido de Major Olimpio, Senado barra indicado de Bolsonaro para delegação permanente na ONU

Por 37 votos contra nove, o Senado barrou nesta terça-feira (16) a indicação do embaixador Fabio Mendes Marzano para exercer o cargo de Delegado Permanente do Brasil em Genebra na ONU.

A indicação foi rejeitada após pedido do senador Major Olimpio (PSL-SP) que criticou a forma como Marzano se dirigiu à senadora Kátia Abreu (PP-TO) durante sabatina na Comissão de Relações Exteriores.

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“Ao ser sabatinado na comissão por  uma das nossas senadoras, quando ela argumentava, de forma coerente – como o Senado tem obrigação – esse senhor, de maneira grotesca, irresponsável, simplesmente disse que não era de sua alçada e não responderia à senadora. Então eu peço ao Senado que não vote por essa indicação”, disse Olímpio.

“Eu quero dizer agora para o Brasil: se o Senado votar com esse cara – é cara! – nós estamos negando a nossa própria existência e o nosso respeito a cada um de nós. [..] Vir aqui dizer o que foi dito, de forma grotesca, dizendo que é do time do chanceler, pro inferno o chanceler! Respeito aos senadores!”, finalizou.

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O debate durante a sabatina na Comissão de Relações Exteriores

Ao ser questionado por Katia Abreu sobre qual seu posicionamento sobre a influência da questão ambiental no acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, Marzano disse que não poderia responder à questão por “a delegação em Genebra não se ocupa de temas ambientais”.

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“Na verdade, a delegação em Genebra não se ocupa de temas ambientais. As temáticas estão mais relacionadas com direitos humanos. Há em Genebra alguns mecanismos, mas são subsidiários, como a convenção de Convenção de Minamata sobre Mercúrio e a convenção sobre proteção de flora e fauna, mas a delegação não se ocupa do acordo Mercosul/União Europeia. Se a senhora me permite, eu não estaria mandatado para opinar aqui sobre o acordo”, disse o embaixador. 

Insatisfeita com a resposta de Marzano, Katia Abreu rebateu: “Um delegado permanente que se recusa a comentar o acordo eu só tenho a lamentar, porque alguma coisa o senhor poderia falar. A sua opinião me interessa bastante porque é mais uma força na embaixada do Brasil em Genebra lutando pelo que é mais importante para nós […] Se ele nem dessa forma pode comentar algo, o Itamaraty está virando uma casa dos terrores sinto muito por este caso, que é perto de um vexame, que esta comissão está passando”, afirmou.

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Após o plenário barrar a indicação, a senadora comemorou:

“O Senado tem um papel muito importante na política externa brasileira. Nós sabemos o que estamos fazendo, queremos que nosso país avance. Essa casa se posiciona hoje com respeito ao povo brasileiro, colocamos a nossa posição, não de arrogância, mas tranquila, adequada, de quem respeita o parlamento brasileiro. Quero agradecer e parabenizar o parlamento brasileiro”, disse.

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