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Nesta quinta-feira (15), a direção da Polícia Federal (PF) exonerou o superintendente do Amazonas, delegado Alexandre Saraiva.
Bastidores da PF dizem que a decisão foi tomada ainda na quarta-feira (14), horas antes de Saraiva enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e também contra o senador Telmário Mota (Pros-RR).
Na ocasião, o superintendente apontou que Salles dificultou a fiscalização ambiental e atuou para obstruir uma investigação que apreendeu madeira ilegal. Para seu lugar foi indicado o delegado Leandro Almada.
Porém, em entrevista para Folha de S. Paulo, Saraiva disse que só soube da troca pela imprensa. “Não fui avisado. Me disseram que me ofereceriam um posto de adido, não me disseram onde, nem quando. Não foi nem meu chefe imediato que falou disso comigo. O único que poderia fazer um comunicado seria meu superior hierárquico, o diretor-geral da Polícia Federal”.
Ao ser questionado sobre o motivo da troca, ele respondeu: “Não sei se eles querem me tirar daqui. Foi uma conversa entre amigos que me falaram sobre o posto no exterior”.
“A informação para ser chamada de oficial tem dois caminhos: ou meu chefe me liga ou coloca no diário oficial”, finalizou.
Saraiva está há quatro anos na chefia da PF da Amazonas e já houve ensaios para sua saída da superintendência. O delegado foi o pivô da primeira crise entre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro, em 2019.
Não há definição sobre o novo cargo que Saraiva irá assumir, mas o atual chefe da PF no Amazonas teria sido convidado para ir para uma missão no exterior – e ainda não teria decidido sobre o assunto.