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Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, rebateu a acusação do governador tucano de São Paulo, João Doria (PSDB), de que desgates diplomáticos com a China estariam travando liberação de insumos farmacêuticos para o Brasil.
“Não existe entrave diplomático”, afirmou o ministro. Na quarta-feira (12), o Instituto Butantan se reuniu com embaixador do Brasil na China, mas não conseguiu avançar na pauta sobre a liberação de dez mil litros do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que aguardam autorização para embarque no país asiático.
Além de Queiroga, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, participou do encontro.
Recentemente, Doria disse que “enquanto tiver um entrave diplomático, a China não autorizará o embarque do insumo”. Pelas redes sociais, o tucano informou que procurou o embaixador chinês, Yang Wanming, para pedir a liberação de insumos.
Ele disse ainda que se solidarizou com o país e lamentou as “críticas” de Bolsonaro e ministros. O governador disse ainda que o Brasil deve “um pedido de desculpas ao governo chinês”.
Fontes do Instituto Butantan também creditam a solução do problema a um posicionamento público do governo federal reconhecendo as falas que teriam desagradado os chineses.
De acordo com o governador, o embaixador chinês deu retorno “positivo” e se comprometeu a “ajudar”.
Por meio de nota à CNN, o Ministério das Relações Exteriores informou que a pasta mantém tratativas com a China e “acompanha permanentemente o processo de autorização de exportação de IFAs, inclusive por meio da Embaixada do Brasil em Pequim”.
Segundo a pasta, as “autoridades chinesas comprometeram-se a fazer todo o possível para cooperar com o Brasil no combate à pandemia de Covid-19 e reiteraram que eventuais atrasos não são intencionais, dado que a China está exportando IFAs para diversos países”, o que tem gerado sobrecarga tanto na fabricação de vacinas e insumos quanto nos trâmites burocráticos necessários para liberação.