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Em entrevista ao O Antagonista, o senador Alvaro Dias disse que está “decepcionado” com a política. Ele assumiu seu 1º cargo público em 1969, como vereador de Londrina. Já foi deputado estadual, deputado federal e também governador do Paraná. Passou por MDB, PSDB, PDT e PV. Em 2018, foi candidato ao Planalto pelo Podemos.
Dias, que está no Senado há mais de duas décadas, terminará seu atual mandato no ano que vem. Ainda que se dizendo desestimulado e com uma sensação de “impotência”, ele não sabe o que fará.
“O sistema não muda, as promessas são ignoradas, persistem as inversões de valores e de prioridades. O ‘toma lá, dá cá’ está aí presente, esses recursos extras. Tudo isso vai se tornando cansativo, você vai batendo na trave toda hora”, afirmou ao site.
O parlamentar disse também que cansou de ver seus projetos “adormecendo em gavetas” do Congresso. Ele citou como exemplo a PEC do fim do foro privilegiado, que passou pelo Senado e está pronta para ser votada no plenário da Câmara desde 11 de dezembro de 2018. “Isso vai dando um desânimo. É muita enganação”.
O senador afirmou ainda que se cansou do “estímulo à polarização”, “como se não existisse inteligência entre direita e esquerda”. “Quem não se coloca nesse espectro acaba sendo dizimado. E, enquanto isso, o Brasil continua à espera de mudanças. Mas o discurso do ódio prevalece”.
Ao site, Dias admitiu que a pandemia “nos puxa para baixo”, limita a atuação parlamentar e provoca uma certa “depressão política”. Esse contexto, segundo ele, será levado em conta em sua decisão.
“A política exige contato, calor humano, aglomeração. Muita gente tem me dito para esperar passar a pandemia para decidir qualquer coisa”.