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Nesta sexta-feira (04), o ex-ministro da Secretaria de Governo e general, Santos Cruz, classificou como “vergonha” e “uma desmoralização para todos nós” o conjunto dos fatos que levaram o Exército a não punir o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que também é general, por ter participado de um ato com o presidente Jair Bolsonaro.
Em texto divulgado em suas redes sociais, Santos Cruz, que não está mais na ativa do Exército, destaca ter sido surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello pelos militares.
“Em atenção ao trabalho que fazem, sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem eu não disse nada. Por vergonha”, afirmou. “Por formação, me nego a fazer qualquer consideração sobre a decisão”.
Na sequência, o general destacou que a presença de Pazuello no ato de apoio a Bolsonaro representou “um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar”.
“Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições.”
Para Santos Cruz, não se pode aceitar a “subversão” no Exército, “instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos”. A instituição restringe manifestações de cunho político para seus integrantes da ativa.
O general voltou a criticar o presidente e alertou sobre a politização das Forças Armadas:
“À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o ‘meu exército’, eu só posso dizer que o ‘seu exército’ não é o Exército brasileiro. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira”, disparou. “A politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida. É um mal que precisa ser cortado pela raiz”.
Confira a íntegra do texto:
“VERGONHA!