Política

Santos Cruz culpa Bolsonaro por Exército não punir Pazuello: “Vergonha”

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Nesta sexta-feira (04), o ex-ministro da Secretaria de Governo e general, Santos Cruz, classificou como “vergonha” e “uma desmoralização para todos nós” o conjunto dos fatos que levaram o Exército a não punir o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que também é general, por ter participado de um ato com o presidente Jair Bolsonaro.

Em texto divulgado em suas redes sociais, Santos Cruz, que não está mais na ativa do Exército, destaca ter sido surpreendido com  telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello pelos militares.

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“Em atenção ao trabalho que fazem, sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem eu não disse nada. Por vergonha”, afirmou. “Por formação, me nego a fazer qualquer consideração sobre a decisão”.

Na sequência, o general destacou que a presença de Pazuello no ato de apoio a Bolsonaro representou “um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar”.

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“Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições.”

Para Santos Cruz, não se pode aceitar a “subversão” no Exército, “instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos”. A instituição restringe manifestações de cunho político para seus integrantes da ativa.

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O general voltou a criticar o presidente e alertou sobre a politização das Forças Armadas:

“À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o ‘meu exército’, eu só posso dizer que o ‘seu exército’ não é o Exército brasileiro. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira”, disparou. “A politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida.  É um mal que precisa ser cortado pela raiz”.

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Confira a íntegra do texto:

“VERGONHA!

Ontem, 3 de junho de 2021, fui surpreendido com telefonemas e mensagens de dezenas de jornalistas sobre o encerramento do caso Pazuello. Em atenção ao trabalho que fazem, sempre respondo, mesmo que seja para informar que nada tenho a dizer. Mas ontem eu não disse nada. Por vergonha.
Por formação, me nego a fazer qualquer consideração sobre a decisão.
Sobre o conjunto dos fatos, é uma desmoralização para todos nós.
Houve um ataque frontal à disciplina e à hierarquia, princípios fundamentais à profissão militar. Mais um movimento coerente com a conduta do Presidente da República e com seu projeto pessoal de poder. A cada dia ele avança mais um passo na erosão das instituições.
Falta de respeito pessoal, funcional e institucional. Desrespeito ao Exército, ao povo e ao Brasil. Frequentemente, com sua conduta pessoal, ele procura desrespeitar, desmoralizar pessoas e enfraquecer instituições.
Não se pode aceitar a SUBVERSÃO da ordem, da hierarquia e da disciplina no Exército, instituição que construiu seu prestígio ao longo da história com trabalho e dedicação de muitos.
Péssimo exemplo para todos. Péssimo para o Brasil.
À irresponsabilidade e à demagogia de dizer que esse é o “meu exército”, eu só posso dizer que o “seu exército” NÃO É O EXÉRCITO BRASILEIRO. Este é de todos os brasileiros. É da nação brasileira.
A politização das Forças Armadas para interesses pessoais e de grupos precisa ser combatida. É um mal que precisa ser cortado pela raiz.
Independente de qualquer consideração, a UNIÃO de todos os militares com seus comandantes continua sendo a grande arma para não deixar a política partidária, a politicagem e o populismo entrarem nos quartéis.
Carlos Alberto dos Santos Cruz”
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