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Prestes a ser cassada, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) se prepara para um discurso na tarde desta quarta-feira (11) em que pretende expor os bastidores da eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara.
Acusada pelo Ministério Público por ser mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo,a parlamentar afirmou, em áudios enviados ao jornal EXTRA, que aliados de Lira, como o deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), prometeram que haveria “ajuda” no Conselho de Ética da Casa se ela votasse no deputado do PP na disputa contra Baleia Rossi (MDB-SP).
Procurados, Lira e Hugo Leal negam que tenham feito qualquer sinalização de benefícios para a deputada.
O parecer da Comissão de Ética da Câmara, que pede a cassação de Flordelis, será julgado pelo plenário da Casa nesta quarta-feira (11). A defesa da deputada entrou com mandado de segurança no STF nessa terça-feira para impedir a realização da sessão alegando irregularidades no processo que se encerrou em junho na comissão.
Flordelis tornou público o seu apoio a Lira em janeiro, após um encontro no Palácio Guanabara em que o deputado do PP posou para fotos com o governador Cláudio Castro e parte da bancada do Rio.
Segundo os áudios enviados por Flordelis ao EXTRA, todos os deputados que apoiaram Lira em sua eleição para presidência da Câmara tiveram como promessa receber como contrapartida emendas parlamentares extra.
Em seu caso, de acordo com a deputada, o acordo incluía também ajuda em seu processo de cassação. “Eles me ligaram do meu partido para que eu pudesse apoiar a eleição do Lira para presidente. Hugo Leal me deu a palavra dele de que me ajudaria nesse processo de cassação. Isso não está correto porque houve negociação. Negociação de emenda e acordos para que eles me ajudassem porque sabem que eu não cometi nenhuma quebra de decoro parlamentar”.
Depois da conversa com Hugo Leal, Flordelis afirma ter recebido um telefonema do próprio Lira, com quem também alega ter falado pessoalmente no encontro do Palácio Guanabara.
Ela afirma ainda que o atual presidente da Câmara prometeu olhar “com carinho” para o seu caso assim que assumisse.
Nos áudios enviados ao EXTRA, a deputada ainda reclama da falta de apoio do seu partido, o PSD, que a suspendeu em agosto do ano passado, logo após ter virado ré na Justiça.
“Eu fui a única mulher eleita do partido e eles me trataram como lixo, como nada. Iam me ajudar nesse processo de cassação e isso não está acontecendo. Pelo contrário, estão acelerando meu processo de cassação. Por que será que eles estão fazendo isso?”
Procurado pelo site, Lira informou que esteve com Flordelis no Palácio Guanabara, mas que jamais tratou com ela do seu processo de cassação na Câmara. Hugo Leal informa que trabalhou para que toda a bancada do PSD fluminense votasse em Lira, mas que em nenhum momento propôs qualquer acordo para a deputada.
– É mentira. Nunca prometi nada a ela. – afirma Lira. – Não teve qualquer acordo com Flordelis – completa Hugo Leal.