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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse em entrevista ao UOL que as manifestações do dia 7 de Setembro, a favor do presidente Jair Bolsonaro, foram um divisor de águas.
Para o agora secretário do governador de São Paulo, João Doria, a atmosfera política está mudando.
“É impressionante como ontem, depois das duas falas do presidente, esse clima avançou muito. O presidente estourou a corda e não há retorno em relação à posição dele contra as instituições”, disse Maia.
Segundo o ex-presidente da Câmara, Bolsonaro é “populista clássico” e “nada mais do que o Hugo Chavez da direita”. E que o presidente estaria tentando criar um poder dele diretamente com o povo, algo que não é novo.
“Em 2019 e 2020, falamos muito sobre esse assunto, tivemos apoio mas não o suficiente. Ontem acelerou muito, Bolsonaro deixou claro que democracia não é um tema de preocupação dele”, falou.
Apesar de não acreditar que um processo de impeachment contra Bolsonaro seria aprovado hoje, Maia disse que tudo é um processo e fez paralelos com a retirada de Dilma, com o Centrão “desembarcando do governo e embarcando no processo de impeachment”.
O ex-presidente da Câmara chamou atenção também para os encontros das lideranças de partidos de centro e direita hoje para discutir o tema. Uma preocupação das legendas pode ser a subida do vice-presidente Hamilton Mourão ao poder.
“Mourão é mais distante da política, não sei se os excessos de Bolsonaro pesam mais do que a falta de relação de Mourão com Centrão”, disse Maia.
Com a saída do DEM, o deputado está sem partido e expressou não ter pressa para escolher um novo, mesmo com as eleições de 2022 se aproximando.
“A crise no Brasil é tão grande que vou decidir minha filiação mais para frente”, explicou.