Política

Irmãos de Toffoli viram sócios de resort no Paraná em meio à pandemia

Em meio à pandemia, José Carlos e José Eugênio, irmãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, se tornaram sócios do Tayayá Aqua Resort, em Ribeirão Claro (PR). A informação foi obtida pelo site O Antagonista, que obteve o registro do resort da Junta Comercial do Paraná.

Segundo o site, até então, o empreendimento estava registrado em nome de Mario Umberto Degani, primo de Toffoli, e do advogado Euclides Gava Junior.

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Em 10 de dezembro, ambos decidiram admitir na sociedade a Maridt Participações S.A., aberta 4 meses antes pelos irmãos do ministro do STF.

Foto: Certidão obtida na Junta Comercial do Paraná pelo O Antagonista

De acordo com a certidão com a alteração societária obtida pelo site, os novos sócios fizeram um aporte de R$ 370 mil, passando a deter 33,33% do negócio. 

Foto: Obtida pelo O Antagonista

A Maridt Participações está registrada no endereço residencial de José Eugênio, uma casa no bairro Jardim Universitário, na mesma cidade. Engenheiro de formação, ele trabalhou de 2008 a 2015 na Queiroz Galvão, empreiteira investigada na Operação Lava Jato.

Em 2005, Toffoli, que atuava como advogado, representou a empreiteira junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) num caso envolvendo o consórcio também integrado por Constran e Serveng.

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Diretor-presidente da Maridt, José Carlos é padre desde 1983 e responde hoje pela Paróquia Sagrada Família de Marília. Ele também vive numa casa modesta no bairro Castelo Branco.

Foto: Sede da empresa e residência do irmão de Toffoli – O Antagonista

Construído na região conhecida como “Angra doce”, o Tayayá recebe regularmente visitas do ministro do STF. Toffoli chegou a receber uma homenagem da Câmara Municipal de Ribeirão Claro por ter “colaborado para o desenvolvimento e incremento turístico do Município de Ribeirão Claro, notadamente por meio do apoio decisivo na implantação da empresa ‘Tayayá Aquaparque Hotel e Resort’”.

Foto obtida pelo Antagonista de Dias Toffoli visitando o resort

Em 2019, a revista Crusoé mostrou que o complexo turístico, às margens da represa de Chavantes, foi lançado em 2008, com investimento inicial de R$ 2,2 milhões e hoje conta com nove pousadas, 66 chalés e 100 apartamentos, distribuídos numa área de 108 mil metros quadrados, com seis restaurantes e um parque aquático.

O terreno foi adquirido, segundo a revista, por Degani e Gava Jr em 2000, por apenas R$ 40 mil.

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De acordo com registro de cartório, a construção das unidades hoteleiras, que são negociadas no mercado na forma de cotas, teria custado R$ 15 milhões.

Foto: Vista parcial do empreendimento localizado na região chamada “Angra doce”

Na época da Lava Jato, o empreendimento entrou no radar dos procuradores da força-tarefa de Curitiba. Eles suspeitaram que Dias Toffoli, já ministro do STF, poderia ser sócio oculto do empreendimento do primo, mas isso nunca foi comprovado. 

Ouvido ontem (16) pelo Antagonista, o ministro do STF disse que “não comenta sobre a atuação de familiares ou terceiros” e “informa ainda que todos os seus investimentos são devidamente declarados à Receita Federal”.

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A abertura da sociedade no resort aos irmãos de Toffoli, que, diferentemente do primo não possuem experiência no setor, coincide com a chegada de um big player do turismo, o grupo SM Hotelaria, dos também irmãos Rodrigo e Patrick Ferro, de acordo com o site.

Ambos teriam entrado no negócio apenas dois meses depois de José Carlos e José Eugênio.

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A nova alteração societária, porém, ainda não foi depositada na Junta Comercial do Paraná, o que impede saber quanto aportaram na empresa e respectiva participação – a assessoria do grupo também disse ao site desconhecer o valor.

Enquanto os irmãos Toffoli têm atuação discreta, os irmãos Ferro assumiram a imagem pública do grupo Tayayá, que planeja uma nova unidade, mais moderna e luxuosa, no município paranaense de Porto Rico.

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Junto ao Instituto do Patrimônio Histórico (Iphan), o Antagonista apurou que existe um pedido de avaliação de impacto do empreendimento, que ocupará área de 30,4 hectares. O órgão autorizou o estudo no último 2 de agosto.

Segundo o registro, obtido pela reportagem do site, o próximo empreendimento do grupo Tayayá “consiste em um hotel resort para turismo composto por 01 edifício de 3 pavimentos, parque aquático, praça de alimentação, edificações destinadas a bares, marina, pórtico e espaço de eventos. Durante a fase de implantação do empreendimento estão previstas as seguintes estruturas provisórias: canteiro de obras, central de triagem e armazenamento temporário de resíduos, container para materiais e equipamentos”.

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Foto: Planta da área que será ocupada pelo novo Tayayá às margens do Rio Paraná

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