Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Neste domingo (3), parlamentares de oposição criticaram o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por terem contas offshore mesmo depois de nomeados para o governo. O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), se juntou ao demais congressistas de esquerda para convocar o ministro para prestar esclarecimentos à Câmara de Deputados.
“GRAVÍSSIMO Reportagem do Poder360 indica que Paulo Guedes têm movimentado offshore em paraíso fiscal durante o exercício do cargo, o que é proibido por lei. Convocaremos o ministro na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos”, escreveu o líder do MBL.
“Além da convocação, apresentarei representação ao MPF para que o ministro seja investigado. Em havendo comprovação, é caso de impeachment e cadeia.”, acrescentou o deputado.
“Após o Pandora Papers revelar que o ministro da Economia e o presidente do Banco Central têm offshores milionárias em paraíso fiscal, nós, da Oposição, vamos acionar o MP para que sejam investigados. Também vamos convocá-los à Câmara para que se expliquem ao país”, disse Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara.
Pandora Papers
A “Pandora Papers” aponta que Campos Neto respeitou as normas vigentes ao não fazer investimentos depois de assumir o cargo no Banco Central. O ministro da Economia mantém a empresa aberta e não respondeu se fez alguma movimentação ou a natureza de uma possível operação do tipo.
A lei permite que brasileiros mantenham empresas offshore, contanto que elas sejam declaradas junto à Receita Federal e ao Banco Central. Também é exigido que os recursos tenham origem lícita. Quem tem cargo público fica sujeito a uma série de regras específicas, justamente para evitar autofavorecimento.
Guedes e Campos Neto disseram que os empreendimentos estão declarados na Receita Federal e negam irregularidades. A investigação teve a participação de 615 jornalistas de 149 veículos em 117 países. Entre as empresas envolvidas na apuração estão o jornal The Washington Post, a rede britânica BBC, a Radio France, o jornal alemão Die Zeit e a TV japonesa NHK.
Os arquivos vazados, apelidados de Pandora Papers, mostram 35 líderes mundiais atuais ou anteriores e mais de 300 outros funcionários públicos em todo o mundo que mantiveram ativos em ou através de paraísos fiscais. O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, os atuais primeiros-ministros da República Tcheca e do Quênia e o rei da Jordânia se beneficiaram do anonimato ou das vantagens fiscais de suas propriedades offshore, revelam os registros.
Os 11,9 milhões de arquivos – consistindo de tudo, desde e-mails a extratos bancários, documentos de incorporação e registros de acionistas – são de 14 empresas que fornecem serviços offshore e vazaram por uma fonte confidencial para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, com sede em Washington. O ICIJ forneceu acesso aos arquivos para 150 de suas organizações de notícias parceiras em todo o mundo, incluindo a CBC / Radio-Canada e o Toronto Star no Canadá.
Os documentos vinculam muitas figuras conhecidas a ativos offshore, incluindo a superestrela do críquete da Índia Sachin Tendulkar , a diva da música pop Shakira e a supermodelo Claudia Schiffer .