Nesta segunda-feira (24), a consultoria Alvarez & Marsal divulgou um comunicado dizendo que o ex-juiz Sergio Moro não atuou em processos ligados à Lava Jato durante sua passagem pela empresa.
Na nota, a consultoria afirma que o contrato do ex-juiz possui uma cláusula de confidencialidade ainda em vigor e que ilações sobre a relação de Moro na escolha dos casos “revelam profundo desrespeito com as pessoas envolvidas e absoluto desconhecimento dos processos judiciais”.
A relação de Moro com a Alvarez & Marsal entrou na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) por suposto conflito de interesses do ex-juiz. Ao deixar o Governo Bolsonaro, Moro foi contratado em dezembro de 2020 pela consultoria, que atua em processos de recuperação fiscal de empreiteiras atingidas pela Lava Jato.
Em comunicado, a Alvarez & Marsal afirma que Moro atuou no braço de disputas e investigações junto a um time de consultores externos formados por ex-agentes do FBI, ex-promotores e ex-funcionários de departamentos de Justiça.
“Seu contrato foi expresso em impedi-lo de atuar direta ou indiretamente no atendimento a clientes que tivessem qualquer envolvimento com a operação Lava Jato ou empresas investigadas por ele ao longo de sua carreira como juiz ou ministro, estando totalmente delimitado a atuar dentro do seu escopo de trabalho em disputas e investigações. O contrato possui ainda uma cláusula de confidencialidade, que não permite sua divulgação sem o consentimento da outra parte”, diz a Alvares & Marsal.
A consultoria diz que a tese de suposto conflito de interesse nas nomeações de administração judicial “não existe”, uma vez que a empresa foi designada para atuar nos casos pelos juízes responsáveis pelos processos dos alvos da Lava Jato.
“Como qualquer processo judicial, a recuperação judicial está sujeita à distribuição por sorteio online e, nos casos de atuação da Alvarez & Marsal, nove juízes a nomearam em diferentes processos. A ilação acerca de qualquer interferência de Sérgio Moro nas nomeações, para além de destituída de qualquer indício, revela profundo desrespeito com as pessoas envolvidas e absoluto desconhecimento dos processos judiciais”, segundo a consultoria.
No comunicado, a Alvarez & Marsal afirma que o contrato de Moro tem uma cláusula de confidencialidade que continua em vigor mesmo após o distrato, efetuado pelo ex-juiz em outubro de 2021.
De acordo com a empresa, as informações, incluindo o salário de Moro, não podem ser divulgadas sem o aval do ex-juiz.