Em entrevista à rádio Rio FM, de Aracaju (SE), na manhã desta quarta-feira (16), o pré-candidato à Presidência, Sergio Moro (Podemos), criticou uma nota da Polícia Federal (PF) que rebate declarações feitas por ele em entrevista à Jovem Pan na segunda-feira (14).
Moro considerou inapropriada a nota e disse que ela não representa a PF, mas apenas a atual direção do órgão. “Essa nota não é da Polícia Federal, é da atual direção”, afirmou.
Mais cedo no Twitter, o ex-juiz da Lava Jato afirmou ter grande respeito pelos funcionários da instituição, citando delegados, agentes, peritos e papiloscopistas. De acordo com ele, a gestão de Paulo Maiurino “não representa o que pensam essas pessoas”.
Na entrevista de hoje, Moro reafirmou sua crítica à queda do número de prisões por grande corrupção, que, segundo o jornal O Estadão, chegaram ao menor patamar em 14 anos.
“É inegável. Não é só uma questão de quantidade, mas de quem está sendo preso. Prendeu o bagrinho? Isso sempre teve, prendeu lá um funcionário público que cobrou propina para uma licença, o guarda de deixa de aplicar uma multa, isso tem. Mas e os grandes tubarões? Não está tendo prisão nenhuma, ninguém houve falar“, afirmou.
Para ele, o atual governo não está deixando os policiais trabalharem: “Temos ouvido queixas de vários integrantes. Não tem ninguém investigando. Não tem autonomia para fazer investigação”.
“Vocês conseguem citar alguém importante que [recentemente] tenha sido preso por corrupção? Não, porque não tem. Mas vocês conseguem se recordar de algum figurão que foi preso pela Lava Jato?”, disse o ex-ministro.
Como exemplo de suposta interferência da PF, Moro também citou a remoção de Alexandre Saraiva da Superintendência do Amazonas, depois que o delegado apreendeu uma carga ilegal de madeiras e foi atacado por Ricardo Salles, então ministro do Meio Ambiente.
“Essa nota reflete isso. Nunca vi a direção da PF querer interferir em eleições, querer dar opinião sobre candidato. Achei inapropriado”, completou.