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Em entrevista ao UOL News nesta terça-feira (22), o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) disse que vai acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por suposto crime de improbidade e tráfico de influência.
A fala de Vieira foi feita depois do vazamento de um áudio, obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, em que Ribeiro afirma priorizar a liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC) para amigos de um pastor a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Para Vieira, Milton Ribeiro nunca deveria ter entrado no MEC:
“Esse ministro nunca tinha que ter entrado, mas considerando o histórico do Bolsonaro, o mais provável é que ele receba uma medalha. A gente chegou nesse nível de cinismo. É preciso alertar as pessoas. Isso é caso de demissão e, depois de um processo, é caso de cadeia”.
Vieira disse também que não dá mais para tratar os crimes do Brasil como algo normal: “Aqui tudo vira normal. É normal ter um presidente que não respeita a ciência. É normal ter gente que é ‘descondenada’ pelo Supremo Tribunal Federal. É normal você ter tráfico de influência e transferência de verbas significativas por critérios não republicanos. Confrontar isso mesmo sabendo que a PGR é acomodada, mesmo sabendo que a PGR retarda os procedimentos, é uma obrigação minha como cidadão e parlamentar”.
“A gente vê aí uma repetição da estrutura de gabinete paralelo que nós encontramos na saúde durante a CPI. Lá você também tinha interferências de lobistas que passaram primeiro pelo gabinete do presidente da república e depois obtinham vantagens no tratamento do ministério. Naquela época era na saúde, agora é na educação”, finalizou.